São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Candidato não crê que Real beneficie FHC

CARLOS EDUARDO ALVES

CARLOS EDUARDO ALVES; AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, minimizou ontem a possibilidade de a implantação do real engordar o cacife eleitoral do candidato tucano Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"O problema do Brasil não é de moeda e sim do valor da moeda", afirmou o petista.
Para Lula, o trabalhador comprará com 64 reais o mesmo que compra com 64 URVs, ou seja, para quem ganha o salário-mínimo, a nova moeda não traria aumento do poder de compra.
O candidato petista não diz, mas o raciocínio do partido é o seguinte: o real vai, de fato, dar algum alento à candidatura FHC, mas esse fôlego será insuficiente.
O PT acredita que, no curto prazo, o real não trará benefícios às classes D e E, que concentram o grosso do eleitorado e onde FHC encontra maiores dificuldades.
À tarde, em entrevista à jornalista Marília Gabriela, para o programa "Cara a Cara", na TV Bandeirantes, Lula admitiu que, se o Plano Real funcionar e ele for eleito presidente da República, deverá mantê-lo.
"Se a economia estiver funcionando corretamente, você não vai mudar essa economia", disse o petista.
À noite, o candidato foi recebido no clube A Hebraica para um debate com representantes da comunidade Judaica de São Paulo.
Em segredo
O assessor de imprensa de Lula, Ricardo Kotscho, impediu que a imprensa assistisse ontem à gravação do programa de Lula no Sebrae.
A entidade, que representa os interesses das micros e pequenas empresas, havia providenciado uma sala para que os jornalistas vissem a entrevista do candidato no momento em que era concedida, mas Kotscho vetou a idéia.

Colaborou AMÉRICO MARTINS

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