São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Fazenda defende conversão direta de aluguel em reais

LILIANA LAVORATTI ; SUSI AISSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A regra de conversão dos aluguéis deverá ser incluída na MP (medida provisória) que tratará da emissão do real. Com isso, os valores dos contratos atuais seriam convertidos diretamente de cruzeiros reais para reais em 1º de julho, sem passar pela URV.
Essa é a alternativa defendida pela equipe econômica para tentar pôr um fim ao impasse criado em torno do assunto.
A equipe está convencida de que não há mais tempo para obrigar o mercado a aderir à URV (Unidade Real de Valor) às vésperas da implantação do real.
A palavra final sobre o assunto será dada pelo presidente Itamar Franco, a exemplo do que ocorreu com as mensalidades escolares, mas o Ministério da Fazenda vem insistindo na tese da conversão automática dos aluguéis em reais.
A idéia da equipe é que todos os aluguéis sejam reajustados, já em reais, de acordo com a periodicidade prevista nos contratos atuais –quatro, seis ou doze meses.
Até a data do reajuste, todos os aluguéis seriam convertidos automaticamente em reais, como os demais preços da economia, com base no valor correspondente em cruzeiros reais.
Na prática, o que a equipe defende são normas que não contemplem, necessariamente, uma média –como nos salários e mensalidades escolares, por exemplo.
Nada impede, porém, que o governo baixe um dispositivo que permita reduções dos aluguéis.
Se dependesse da equipe econômica, o governo não imporia nenhuma regra de conversão para os aluguéis –entende que as regras dos contratos privados devem ser definidas pelo próprio mercado.
As dificuldades de entendimento entre proprietários de imóveis e inquilinos, porém, forçaram o governo a estudar propostas para a conversão dos aluguéis em URV.
Ao todo, o ministro Rubens Ricupero (Fazenda) já examinou sete alternativas para a conversão, elaboradas pela equipe com base em sugestões de inquilinos e imobiliárias.

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