São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Festa destrói gramado do jogo do Brasil

MAURICIO STYCER
ENVIADO ESPECIAL A PALO ALTO

A festa de formatura dos alunos de Stanford, realizada anteontem, destruiu parte do gramado do estádio da universidade. É nesse estádio que o Brasil estréia na Copa do Mundo, segunda-feira, contra a Rússia.
Uma área de 54 metros de comprimento por 18 metros de largura, no centro do campo, estava sendo inteiramente replantada ontem, às 13h (17h em Brasília).
Segundo Thomas Cujan, 38, responsável pela operação de emergência, toda a grama dessa área seria retirada e replantada ainda durante o dia de ontem.
Cujan planejava aplicar 45 rolos de grama de 54 metros de comprimento por 1,2 metro de largura no local do "desastre".
A reportagem da Folha foi expulsa do gramado por um policial. "Pode entrar no estádio, mas não pode pisar na grama", disse.
No momento do incidente, dois tratores, dois caminhões e 15 homens removiam a grama destruída na véspera pelos alunos da Universidade de Stanford.
O ponto mais danificado foi justamente o local escolhido pela universidade para instalar um gigantesco palco, de onde o reitor de Stanford comandou a formatura.
O Comitê Organizador da Copa do Mundo chegou a sondar a universidade sobre a possibilidade de transferir a formatura para um outro local, temendo as consequências da festa para o gramado.
Stanford recusou a proposta, dizendo que não podia mudar uma tradição da universidade.
Ontem de manhã, segundo Thomas Cujan, o gramado foi visitado pelo diretor-executivo da chave de San Francisco da Copa, Peter Bridgewater. "Eu disse a ele que não havia outra solução de curto prazo senão replantar a grama", disse à Folha.
A operação de replantio da grama de Stanford vai custar, segundo Cujan, cerca de US$ 20 mil.
Especialista em grama, Cujan garante que a operação vai dar certo e que o Brasil não corre o risco de reviver o vexame ocorrido em Mar del Plata, na Copa de 78.
Na estréia do Brasil na Copa da Argentina, contra a Suécia, tufos de grama voavam a cada chute porque o gramado havia sido replantado pouco tempo antes da partida.
"Dessa vez, isso não vai ocorrer. Os blocos que vamos plantar são grandes e pesados", disse Cujan. Segundo o "gramólogo" americano, os blocos têm 5 centímetros de altura.
Cujan disse que já fez operações como a de Stanford com menos tempo disponível do que agora.
"Isso acontece com frequência nos Estados Unidos em campos de futebol americano. Às vezes, fazemos isso com apenas dois dias de tempo entre uma partida e outra."
Cujan trabalha para uma empresa chamada Gensen Corp e foi contratado pelo Comitê Organizador para cuidar do gramado de Stanford.
"Preferia que não tivesse havido uma festa aqui às vésperas da Copa. Mas os brasileiros podem ficar tranquilos", disse.

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