São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Eleição na Europa põe esquerda em crise na Itália

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As eleições para o Parlamento Europeu em 12 países da Europa fizeram sua maior vítima na Itália.
O líder do Partido Democrático de Esquerda (ex-comunista), Achille Occhetto, renunciou ontem em função da derrota para o partido do premiê Silvio Berlusconi.
Força Itália, de Berlusconi, obteve 30,6% dos votos para o Parlamento contra os 19,1% do PDS. Em março, a coalizão de esquerda liderada por Occhetto não conseguiu impedir a vitória do magnata da televisão.
Berlusconi, que estreou na política três meses antes da eleição, fez 21% dos votos e se tornou premiê ao conseguir maioria parlamentar unido aos neo-fascistas e aos federalistas da Liga Norte.
Exceto na Itália e na Alemanha, os europeus votaram para o Parlamento (sediado em Estrasburgo), contra seus próprios governos.
Quase todos os partidos no poder perderam espaço no Parlamento Europeu. Alguns extremistas de esquerda e direita conseguiram aumentar sua participação.
O Grupo Socialista ainda domina a maioria do Parlamento com 197 cadeiras, três a menos do que tinha antes.
O comparecimento à votação, que terminou anteontem, foi baixo. No Reino Unido, Portugal e Holanda dois terços dos eleitores preferiram não votar.
Mesmo na Bélgica, onde o voto é obrigatório, houve mais de 10% de ausências. No total, o comparecimento ficou em torno de 50%.
"A falta de interesse é o quadro mais depressivo", disse Niels Helveg Petersen, ministro das Relações Exteriores da Dinamarca.
Os partidos dinamarqueses pró-União Européia obtiveram vitória contra a coalizão governamental de centro esquerda.
Há dois anos, a Dinamarca foi responsável pela maior crise no estabelecimento da União Européia quando um plebiscito rejeitou o Tratado de Maastricht.
O documento estabelece a meta de adotar uma moeda única para os 12 países membros e prevê maior unidade política.
Partidos ultranacionalistas da Bélgica obtiveram mais de 10% dos votos. O partido nacionalista grego dobrou sua participação obtendo 8,7% dos votos.
A extrema direita no entanto foi mal na Alemanha e na França. Na Itália, os neofascistas foram pior do que nas eleições nacionais.
Em Luxemburgo e na Irlanda foram eleitos pela primeira vez membros dos partidos verdes.
O governo austríaco comemorou a vitória do "sim" num plebiscito realizado anteontem sobre a entrada do país na União Européia. Dois terços dos eleitores austríacos apoiaram a entrada na UE.
Finlândia e Suécia farão seus plebiscitos em outubro e novembro respectivamente.
A Noruega realiza também um plebiscito em novembro. As pesquisas mostram que 48% dos eleitores se opõem à União Européia contra 29% que apóiam.

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