São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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Professor reage a assalto e mata três em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Três rapazes não-identificados, supostamente menores, foram mortos a tiros ontem à tarde em frente à EEPSG Vicente Leporace, no Jardim das Flores (zona sul).
Segundo testemunhas, os três tentaram roubar a Brasília de Eurípedes Arnold de Mello, professor de educação física da escola. Ele reagiu ao assalto e matou os três.
Mello não foi localizado ontem, mas teria entrado em contato com a polícia e afirmado que vai se apresentar até amanhã com seu advogado. Ele não se feriu na tentativa de assalto.
A direção da Vicente Leporace não quis informar a quanto tempo Mello leciona na escola.
Os três rapazes mortos não estavam com documentos, segundo a polícia. Até as 22h30 de ontem, nenhuma pessoa havia identificado os corpos.
"Alguns moradores próximos à escola disseram que um dos rapazes que participou da tentativa de assalto já havia sido visto no bairro", disse o delegado Fernando da Silva Freitas, do 92º DP (Parque Santo Antonio, zona sul).
A tentativa de assalto aconteceu quando o professor deixava a escola, após as aulas, e entrava em seu carro, por volta das 13h30.
Os três menores estavam armados com uma garrucha (arma antiga, que é carregada pela boca) de dois canos e calibre 32.
A polícia não sabe que tipo de arma foi utilizada por Mello. O IC (Instituto de Criminalística) só vai divulgar o laudo técnico dentro de 30 dias.
Um dos menores recebeu um tiro na cabeça. Outro foi atingido nas costas e, o terceiro, no peito.
"É bem provável que o autor dos disparos tenha prática e que tenha usado uma arma automática. Tudo indica que ele não atirou muitas vezes", disse o delegado.
Também há indícios de que a garrucha foi disparada uma vez.
Os três corpos ficaram no local –a rua Barbosa Villas Boas– das 13h30 às 20h30, quando foram levados para o IML (Instituto Médico Legal).
Segundo o delegado Freitas, 30, Mello não deverá ser preso pois há "fortes indícios" de que teria matado em legítima defesa.
Até as 22h30 de ontem, a polícia não tinha informações se o professor tinha passagem pela polícia.

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