São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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CE tem suspeita de dengue hemorrágica

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA

Um morador de Baturité (a 100 km de Fortaleza) foi internado anteontem no Instituto José Frota, em Fortaleza (CE), com suspeita de dengue hemorrágica.
"Os sintomas são clinicamente compatíveis com os da dengue hemorrágica, mas a doença não foi confirmada por exames", disse o médico Antônio Maia Pinto.
Segundo Pinto, João Bosco Silva, 24, contraiu a doença em Fortaleza. "Ele não corre risco de vida e deve ter alta amanhã (hoje)."
Este ano, 4.394 casos de dengue foram confirmados em Fortaleza e outros 682 casos no interior. Segundo Maria José Timbó, da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), já foi confirmada uma morte por dengue hemorrágica e outras sete estão sendo investigadas.
A diretora do Serviço de Saúde do Ceará, Francisca Andrade, 34, disse que 67% dos casos de dengue em Fortaleza são do tipo 2.
Há quatro tipos, que variam de acordo com o vírus. Na dengue hemorrágica, que pode matar, há sangramentos digestivos.
A Funasa e as secretarias estadual e municipal de Saúde instituíram amanhã como o dia "D" contra a dengue em Fortaleza.
Segundo Francisca, 10 mil pessoas participam de gincanas e pedágios em cruzamentos para a distribuição de folhetos. Nas favelas, haverá mutirões para exterminar recipientes propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
O secretário estadual da Saúde em exercício, José Gomes, disse ontem que a epidemia de dengue em Fortaleza é grave.
Segundo ele, em 40 dias, o índice de infestação deverá estar reduzido a 2%. Atualmente, de cada cem casas, 60 têm a larva.
Gomes disse que o Ministério da Saúde liberou para o Ceará CR$ 200 milhões para o projeto de combate à dengue, dinheiro usado na compra de inseticida.
O secretário disse que as camionetes de borrifação passam numa mesma rua a cada seis dias, das 4h às 7h e das 16h às 19h. Segundo ele, estes horários são os mais apropriados, pois a temperatura ainda é baixa e há pouco vento.
O secretário disse que 1.438 vigilantes de saúde fazem o trabalho casa a casa, e outros 140 o de borrifação costal (com equipamento colocado nas costas).

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