São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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Zélia ajuda gangue de anões do Orçamento

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Quer dizer que a ex-ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, cansou das prendas domésticas e pretende abrir no Rio um bufê para realizar festas de criança em sociedade com a sra. Carlos Manga?
Dona Zélia é que sabe das coisas. Afinal, é bem mais singelo proporcionar encantadores "pique-piques'e "rá-tchim-buns", para a petizada do que dar enfadonhas palestras em universidades ou tocar empresas de consultoria, como fazem quase todos os ex-ministros da Fazenda.
É de se perguntar como é que uma mulher tão capacitada em desvendar intricadas teorias econômicas tenha optado por se dedicar a uma atividade tão prosaica, tão fundo-de-quintal? (Não estou tentando desmerecer as banqueteiras, mas a verdade é que esse tipo de negócio quase sempre nasce na cozinha de casa).
Ofereço uma pista. Será que dona Zélia resolveu abrir um bufê para ajudar o próximo?
Como se sabe, homens de baixa estatura dão excelentes garçons de festa de criança. Altruísta como ela só, Zélia deve estar querendo socorrer seus pares. com seu bufê infantil, poderá empregar toda a gangue de anões do escândalo do Orçamento...
Há alguns dias, o líder neofascista italiano, Gianfranco Fini, declarou: "Pouca Gente derrama lágrimas por Hitler ainda hoje, enquanto muitos italianos estão convencidos de que Mussolini fez muitas coisas boas".
Pode ser. Mas o que Fini parece desconhecer é que a Itália não está dando uma guinada para a direita em função de estar com saudades do ditador, e sim da corrupção que dominou o país nas últimas décadas.
Existe uma conhecidíssima piada que indica o tipo de sentimento que a maioria dos italianos nutre por Benito Mussolini. Você não a conhece?
Logo depois da guerra, um sujeito se dirige a um cartório de Roma. "Por favor", roga, gostaria de mudar de nome".
É atendido por um funcionário solícito: "Pois não, qual o seu nome?" Ele responde: "Benito Merda". "Compreendo", diz o funcionário. "O senhor gostaria de mudar seu nome para Benito de quê?" E o sujeito: "Não, não quero mudar meu sobrenome, quero é mudar o Benito".

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