São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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EUA reformam sistema de previdência

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, anunciou projeto de reforma do sistema de previdência que limita a dois anos o tempo de recebimento de seguro-desemprego para os beneficiários.
Ao fim desse prazo, as pessoas que ainda não tiverem obtido emprego serão colocadas em projetos comunitários subsidiados pelo governo federal e receberão o salário-mínimo (US$ 4,25 por hora).
Durante os dois anos, pais e mães solteiras com mais de 18 anos vão receber treinamento para aumentar suas chances de obter emprego.
Quem recusar oferta de emprego nesse período ou não provar que está empenhado em conseguir trabalho vai perder os benefícios.
Clinton também quer autorizar os Estados a eliminarem os benefícios dados a mulheres que engravidem enquanto recebem o auxílio-desemprego.
O projeto custa US$ 9,3 bilhões a serem gastos em cinco anos. A maior parte desse dinheiro virá de cortes de outros benefícios sociais.
Os principais prejudicados serão os imigrantes. Os cidadãos sem nacionalidade americana, mesmo que estejam em situação legal no país, vão perder a maioria dos serviços públicos a que têm direito atualmente.
Programas de auxílio a pessoas que não têm casa e vivem nas ruas também serão cortados para pagar a reforma da previdência.
"Eu realmente acredito que temos uma chance de trocar a dependência pela independência", disse o presidente.
O anúncio do programa, uma das principais promessas de campanha de Clinton, foi feito ontem em Kansas City, Missouri, Meio-Oeste do país.
O presidente falou a um grupo de ex-beneficiários da previdência no Union National Bank, onde seu antecessor Harry Truman trabalhou como caixa entre 1904 e 1906 por um salário mensal de US$ 75.
Truman (1884-1972) foi o responsável por grande ampliação do atendimento da previdência social no país em 1949.
Líderes do Partido Republicano (de oposição) no Congresso receberam a proposta com críticas. O senador Phil Gramm (do Texas), por exemplo, diz que o projeto de Clinton só vai aumentar a burocracia governamental.
O conteúdo conservador de várias propostas de Clinton e os cortes aos benefícios aos imigrantes podem trazer obstáculos à aprovação do programa mesmo entre seus aliados do Partido Democrata.

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