São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Rússia joga desfalcada e técnico faz mistério

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco se sabe do time que a Rússia vai escalar na estréia contra o Brasil, na próxima segunda-feira, no Stanford Stadium.
Nem os observadores da seleção brasileira, Jairo dos Santos e Júnior, que assistiram à partida dos russos contra os eslovacos (Rússia 2 a 1, mês passado, em Moscou), chegaram a uma conclusão quanto à escalação definitiva dos russos.
O técnico Pavel Sadyrin, já normalmente misterioso, tem ainda por cima o hábito de mudar a escalação de acordo com a partida.
O que se sabe é que o treinador adota um 4-4-2 com laterais ofensivos e um meio-campista mais adiantado, que liga o setor com o ataque.
Sadyrin teve problemas para reunir os melhores jogadores e leva uma seleção desfalcada aos EUA, devido a uma rebelião na equipe.
Os problemas começaram no ano passado, quando a Rússia perdeu um amistoso fora de casa, contra a Arábia Saudita, por 4 a 2. Sadyrin acusou alguns jogadores de não se esforçarem.
Após a derrota por 1 a 0 para a Grécia, em novembro do ano passado, na última rodada das eliminatórias européias, 14 jogadores russos decidiram boicotar a seleção nacional.
Exigiam melhores prêmios e, sobretudo, a demissão do técnico Sadyrin, acusado de incompetência. Pediam a volta do ex-treinador da seleção da Comunidade dos Estados Independentes, Anatoli Biyshovets.
Alguns deles acabaram desistindo da disputa. O técnico pôde, assim, recuperar alguns jogadores importantes, como o atacante Sergei Yuran, do Benfica (Portugal), e o líbero Victor Onopko, do Spartak Moscou.
Yuran é um atacante que tem muita garra dentro da área. Onopko foi eleito o melhor jogador russo na última temporada. Tem pouca técnica, mas é incansável na defesa. Outro bom jogador é o atacante Dimitri Radchenko, do Santander (Espanha).
A Rússia não contará, porém, com jogadores de nível internacional como Igor Shalimov (Internazionale, da Itália), Andrei Kanchelskis (Manchester United, da Inglaterra) e Serguei Kiriakov (Karlsruher, da Alemanha).
Sem esses jogadores, a Rússia se torna apenas uma equipe modesta, que terá que se esforçar muito para lembrar os tempos da União Soviética. (AFt)

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