São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 1994
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Banco Central reduz ainda mais o ágio do paralelo

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central (BC) teve muito trabalho ontem para controlar o mercado cambial, mas conseguiu reduzir o ágio do dólar no paralelo.
O BC realizou dois leilões de venda no mercado flutuante e um leilão de compra e outro de venda no comercial.
O ágio do paralelo está diminuindo desde segunda-feira (+1,99%), quando o Banco Central anunciou que iria importar cerca de US$ 100 milhões em espécie para atender à procura pela moeda norte-americana. Ontem, o ágio caiu para 1,01%.
As empresas com receio de mudanças abruptas no câmbio têm como alternativa as aplicações em "export notes" (títulos cambiais), que estavam ontem com juros variando entre 23% e 25% ao ano mais variação do dólar comercial.
As Bolsas de Valores estão sem definição de tendência. Na segunda-feira é o dia de vencimento do mercado de opções.
O mercado acionário costuma aumentar o volume de negócios com a proximidade do vencimento do mercado de opções. A Bolsa paulista movimentou US$ 250 milhões ontem, contra US$ 159 milhões no dia anterior.
O mercado de IGP-M futuro na Bolsa de Mercadorias & Futuros estava parado desde o último dia 9. Ontem, houve a volta dos negócios e a estimativa de inflação manteve-se em 45,51% para este mês.
As taxas de juros dos Certificados de Depósito Bancário em Unidade Real de Valor (URV) voltaram a subir, por causa da proximidade de troca da moeda para o real e a dificuldade de se fazer a estimativa de inflação.
Os juros dos CDBs em URV saltaram de 58% a 65% ao ano no dia anterior para 60% a 67% ao ano ontem.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,686% no dia 14. Segundo a Andima, a taxa do over média ficou em 58,80% ao mês, significando rendimento diário de 1,96%, o que projeta rentabilidade de 49,49% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros estiveram em média a 59,08% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 17 rendem 50,2073%. As taxas dos CDBs de 30 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 8% e 15% ao ano. As taxas dos CDBs em URV variaram entre 60% e 67% ao ano, contra 58% e 65% ao ano no dia anterior.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: em média, 59,34% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 72% e 74% ao ano em URV.

No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8125%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 1,1%, fechando com 30.338 pontos e volume financeiro de CR$ 569,365 bilhões, contra CR$ 354,760 bilhões no pregão anterior. Rio: queda de 0,7% (I-Senn), fechando com 118.622 pontos e volume financeiro de CR$ 29.920 bilhões, contra CR$ 54,699 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.811,34 pontos, contra 3.790,41 pontos no dia anterior. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.383,30 pontos, contra 2.399,30 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 21.367,47 pontos, contra 21.282,96 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 2.276,88 (compra) e CR$ 2.276,90 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 2.235,49 (compra) e CR$ 2.235,51 (venda). "Black": CR$ 2.285,00 (compra) e CR$ 2.300,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 2.210,00 (compra) e CR$ 2.260,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 2.210,00 (compra) e CR$ 2.270,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,79%, fechando a CR$ 28.215,00 o grama na BM&F, movimentando 1,90 toneladas de ouro, contra 3,69 toneladas no dia anterior.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5200, contra US$ 1,5195 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6318 marco alemão, contra 1,6348 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 102,87 ienes, contra 103,03 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 385,40, contra US$ 386,80 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 48,27%.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 42,20%, contra 42,18% no dia anterior.
O índice Bovespa futuro em URV fechou a 14,20 pontos, projetando rentabilidade de 3,18% ao mês.

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