São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 1994
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Coréia do Norte recua e não expulsa inspetores

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O ex-presidente dos EUA Jimmy Carter (1977-81) disse ontem que o governo da Coréia do Norte concordou em não expulsar do país os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU).
Carter reuniu-se por três horas ontem com o presidente norte-coreano, Kim Il-sung, em Pyongyang, capital norte-coreana.
"O presidente Kim Il-sung comprometeu-se a manter os dois inspetores da AIEA no país como demonstração de um esforço de boa fé", disse Carter à TV CNN.
O ex-presidente está visitando a Coréia do Norte e a Coréia do Sul em caráter extra-oficial.
No início da semana, Kim Il-sung determinou a retirada da Coréia do Norte da AIEA e disse que expulsaria os dois inspetores da ONU da usina nuclear de Yongbyon até o fim da semana.
Apesar do recuo, a ONU insistiu que a Coréia do Norte deve autorizar inspeções completas para provar que não desviou combustível nuclear para fabricar armas.
Representantes dos países-membros do Conselho de Segurança da ONU começam ontem a analisar a abrangência das medidas punitivas que podem ser votadas nos próximos dias contra a Coréia do Norte.
Joe Sills, porta-voz da ONU, disse que a permanência dos inspetores na Coréia do Norte "faz parte das obrigações do país" como signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Atômicas.
Embora tenha anunciado sua saída da AIEA, Pyongyang continua sendo membro do tratado que envolve armas nucleares.
Carter qualificou o compromisso anunciado pelo presidente norte-coreano como "muito importante e um passo positivo para resolver a crise atual".
Antes das declarações de Carter, Dee Dee Myers, porta-voz do presidente dos EUA, Bill Clinton, afirmou que a crise na Coréia do Norte era "a mais crucial que o presidente já enfrentou até agora".
Clinton disse no final da tarde que "se os acontecimentos de hoje indicarem que a Coréia do Norte está preparada para congelar seu programa nuclear enquanto as negociações continuarem", os EUA poderão "manter conversações num nível mais elevado" com o regime de Pyongyang.
"Até que isso fique claro, vamos continuar as consultas aos países da ONU" para que votem as sanções, disse Clinton.

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