São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 1994 |
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Boas notícias para Lula e FHC
GILBERTO DIMENSTEIN BRASÍLIA – Pesquisa DataFolha publicada hoje indica que Luiz Inácio Lula da Silva continua muito bem, montado nos 41%. Mas Fernando Henrique Cardoso tem motivos para dar um ligeiríssimo sorriso. Não mais do que ligeiríssimo.Mesmo antes da entrada do Plano Real e ainda sofrendo o desgaste de suas alianças, ele se mostra estável no segundo lugar e mais longe dos demais candidatos. Desta vez, aumentou para 19%. Há pouco tempo estava com 16%. A polarização mais uma vez apontada na pesquisa ajuda a explicar uma esperta e conveniente guinada no discurso de Lula: evitar ataques mais duros ao plano econômico. Chega a dizer que pretende dar-lhe continuidade. Fernando Henrique Cardoso sabe –assim como economistas do PT– que a inflação vai despencar, o que será explorado à exaustão. E pretende marcar Lula como o "candidato da inflação", classificando-o de "inimigo" do Plano Real. O fato é que, até agora, está fácil para Lula bater: a inflação está quase nos 50%. Fernando Henrique ainda não consegue apresentar nada de concreto, o que virá com índices melhores de preços. A lógica indica que o ex-ministro tem um considerável potencial de crescimento. No mais, ao contrário do PT, conta com fortíssimos candidatos a governador e a poderosa máquina do PFL no Nordeste. Claro que Fernando Henrique sempre corre o risco de ser boicotado pelo próprio Fernando Henrique. Basta ver algumas de suas frases ditas numa conferência a empresários, segundo a mais recente edição da revista "Veja". Uma das pérolas: "As pessoas querem te cumprimentar, e toda hora você precisa verificar se não te levaram o relógio de pulso". João Baptista Figueiredo foi até mais polido ao dizer que preferia o cheiro de cavalo ao de "povo". Não teve a ousadia de insinuar que o "povo" seria ladrão. PS – Dificílima a situação de Orestes Quércia, a julgar pelo DataFolha. Ele já estava mal e, agora, caiu. Está com insignificantes 6% –portanto, não está tão melhor assim do Enéas, que bateu nos 2%. Texto Anterior: Nem tudo é escuridão Próximo Texto: Bônus e males Índice |
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