São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Crianças fazem tratamento psicológico

DA REPORTAGEM LOCAL

Arthur Troppmair, advogado de duas mães que acusam os donos da escola infantil Base de abusar sexualmente de alunos, afirmou ontem que F.J.C., 4, e C.C., 4, ex-alunos da escola, terão de fazer tratamento psicológico até dezembro.
"Não encontraram provas do abuso, mas ele ocorreu. As crianças estão totalmente traumatizadas e vão precisar de acompanhamento profissional por pelo menos mais seis meses"', declarou.
O caso começou em abril, com a denúncia de Cléa Parente e Lúcia Chang à polícia contra sócios-diretores da escola Base.
Elas teriam percebido alterações no comportamento dos filhos. Em depoimento, as crianças –segundo Troppmair– teriam dito que adultos lhes teriam aplicado "injeções", que "beijaram" seus órgãos genitais e que deram "um pozinho para cheirar".
As crianças teriam apontado donos da escola como autores dos supostos crimes –que não foram comprovados pela polícia.
Troppmair disse que as crianças estão sendo submetidas a uma psicóloga desde abril e que ela "comprovou cabalmente que F.J.C. e C.C. sofreram abuso sexual".
No entanto, o advogado não revela o nome da psicóloga. "Ela não quer ser identificada por causa do assédio da imprensa", disse.
"A psicóloga entrevistou as duas crianças pelo menos dez vezes cada uma, fez testes psicológicos e comprovou que houve abuso sexual", afirmou Troppmair.
Ontem, a psicóloga Marylin Tatton, da 1ª Delegacia da Mulher, entregou à polícia um laudo sobre quatro crianças avaliadas.
Tatton concluiu quer não há indícios de que tenha havido abuso sexual.
O relatório vai ser anexado ao inquérito por Gerson Carvalho, delegado que investiga o caso.
"O laudo é absurdo. As crianças têm medo dessa psicóloga. Na quarta-feira também vamos levar o nosso laudo para o delegado."
A Folha tentou falar com Tatton ontem, na 1ª Delegacia da Mulher e na casa da psicóloga. Deixou telefones para contato e adiantou o assunto. Até as 18h, ela não havia retornado as ligações.

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