São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Mercado de locação residencial está parado

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Está difícil encontrar imóvel para alugar na cidade de São Paulo. Por causa do real, que começa a vigorar no próximo dia 1º, proprietários entraram em compasso de espera.
"O mercado está completamente parado", afirma Eduardo Simone Pereira, diretor da Umuarama Imóveis, que tem cerca de 1.000 locações na cidade. Pereira diz que os seus clientes esperam definições do governo para o setor para então colocar os imóveis para alugar.
"Existe procura e não oferta", completa Antonia Barbosa, gerente de locação da Lello Imóveis. Ela diz que depois da implantação da URV houve um aquecimento, que durou pouco.
Antonia acha que há muitos imóveis fechados. A opinião é compartilhada por Maria Massue Kamikawa, gerente de locação da Júpiter. "Entram poucos imóveis aqui. Os proprietários procuram informações", diz Maria.
José Roberto Graiche, presidente da Aabic, associação que congrega administradoras de imóveis, diz que a oferta caiu. Em maio, havia cerca de 3.000 unidades residenciais para locação. Em abril, 3.500.
Como se não bastasse, uma cidade como São Paulo, acrescenta, precisa de pelo menos 7.000 imóveis para acomodar, a curto prazo, quem procura uma casa ou apartamento para morar.
Segundo Graiche, apesar da pouca oferta, a procura está alta. "Isto fez com que os valores dos aluguéis se estabilizassem em um patamar alto", diz.
Cerca de 70% dos contratos de imóveis residenciais estão vencidos ou estão para vencer. "Uma conversão para a URV desastrosa pode colocar o pessoal na rua. É um momento delicado", diz.
Levantamento da Aabic diz que um apartamento de dois quartos na região de Moema, Itaim e Jardins (zona sul), estava sendo alugado em maio por cerca de 530 URVs. Na mesma região, de três quartos, o valor era de 940 URVs.

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