São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994 |
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Ex-astro dos EUA foge, mas acaba preso
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Simpson, o mais famoso futebolista dos anos 60 nos EUA, é acusado do homicídio de sua ex-mulher, Nicole, e de um amigo dela. Antes de fugir, ele deixou uma carta manuscrita com um amigo, na qual se declarou inocente e indicou o desejo de se suicidar. A polícia o procurou durante cinco horas até localizá-lo numa rua, dentro de uma perua Ford Bronco de cor branca. O carro era dirigido por um amigo de Simpson, o também ex-jogador de futebol, Al Cowlings. Simpson tinha um revólver apontado contra a própria cabeça. Cowlings levou o amigo até a mansão onde Simpson vive. Ali, durante duas horas e meia, Cowlings negociou com a polícia a rendição de Simpson, que só ocorreu depois de ele ter falado por telefone com sua mãe em San Francisco e com seu filho, Justin, 6. Simpson, 46, foi então algemado e transferido para uma prisão no centro de Los Angeles. O drama, acompanhado ao vivo por todas as grandes emissoras de TV do país, terminou por volta das 23h locais de sexta-feira (3h de ontem em Brasília). No domingo passado à noite, Nicole Brown, 35, e seu amigo Ronald Goldman, 25, foram mortos a facadas em frente à casa dela, a cerca de 4 quilômetros da mansão de Simpson. A polícia acusa Simpson dos crimes. Seu advogado alega que Simpson estava em casa, esperando uma limusine para levá-lo ao aeroporto quando os homicídios aconteceram. Mas o motorista da limusine diz que Simpson se atrasou em quinze minutos. Simpson foi campeão americano de futebol pela Universidade do Sul da Califórnia em 1967. Depois, jogou pelo Bufallo Bills. Em 1974, deu início à sua carreira como ator. Fez muito sucesso com a série "Corra que a Polícia Vem Aí". Também era comentarista esportivo na televisão e porta-voz da Hertz, empresa de aluguel de automóveis. Na carta que deixou, Simpson afirma não ter tido nada a ver com a morte de Nicole, de quem estava separado desde 1992, após 18 anos de convivência. Além de Justin, o casal tem uma filha de 9 anos, Sydney. O tom da carta é de suicida. Fala num "último desejo": que os meios de comunicação deixassem seus filhos em paz. A polícia de Los Angeles havia acertado com Simpson uma rendição discreta para as 11h de ontem. Mas, por motivos ainda não sabidos, ele optou pela fuga absurda. Durante todo o dia, Simpson perambulou pela cidade, com a aparente intenção de se matar. Procurou o auxílio do amigo Cowlings. A tragédia de O. J. Simpson, uma das personalidades públicas mais admiradas dos EUA, obscureceu por completo o já limitado interesse dos meios de comunicação pela abertura da Copa do Mundo em Chicago. O assunto quase monopolizou a atenção dos norte-americanos na sexta-feira. Texto Anterior: Comida no estádio de NY é a melhor da Copa; Fuji dá dicas para iniciantes da pelota Próximo Texto: Lewis coloca o título em jogo contra Bowe Índice |
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