São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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EUA combatem 'crimes de ódio'

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O FBI (Federal Bureau of Investigation, a polícia federal dos Estados Unidos) está exercendo um controle mais rigoroso e aumentando a repressão policial este ano contra os chamados crimes de ódio ("hate crimes").
Autoridades locais de vários Estados norte-americanos também estão atentas a esse problema.
Associado às mais diversas formas de preconceito, esse tipo de crime voltou a prosperar recentemente nos Estados Unidos.
Os crimes de ódio têm crescido em meio a conflitos urbanos gerados principalmente pelo que é visto como excesso de imigrantes em diversas regiões do país.
Aproximadamente 20 mil crimes de ódio devem acontecer este ano nos Estados Unidos. O preconceito racial motiva seis entre cada dez desses crimes.
Embora os negros continuem sendo o maior alvo, com 36% das ocorrências, os imigrantes (principalmente hispânicos e asiáticos) são vítimas em 21% dos crimes –quase o dobro da taxa entre os judeus, por exemplo.
O FBI começou a registrar estatísticas sobre esses crimes em 1991. No ano seguinte, conseguiu informações de 41 Estados, cobrindo cerca de 50% da população.
O maior número de ocorrências foi registrado nos Estados de Nova York e Nova Jersey (costa leste).
Até o final deste ano, segundo o diretor William Sessions, o FBI pretende ter estatísticas completas do país para entregar ao Congresso, que pode partir para medidas punitivas mais rigorosas contra os agressores.
Individualmente, vários Estados já adotaram leis mais rígidas contra esse tipo de crime.
Cerca de 300 escolas e universidades também têm praticado códigos de conduta para punir severamente molestamentos gerados por preconceitos raciais, religiosos ou associados a sexo.
A intimidação física e os atos de vandalismo contra propriedades são os tipos de crimes de ódio mais comuns, com 37% e 23% das ocorrências, respectivamente.
Os crimes contra homossexuais, especificamente, também têm atingido novos patamares.
O número de crimes contra membros dessa comunidade cresceu 31% entre 1991 e 1993. Martin Hiraga, diretor da National Gay and Lesbian Task Force, afirma que um entre cada seis homossexuais norte-americanos já foi vítima de violência no país.

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