São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994 |
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Arquiteto fabrica facas artesanais Peças custam de US$ 60 a US$ 200 NELSON ROCCO
A maioria das peças fabricadas por Garcia, 43, são usadas para caça, camping, cozinha e combate, mas ele também já fez trabalhos para companhias de teatro. "O ator Antonio Fagundes usava uma espada na peça Macbeth, de Shakspeare. Ele teve problemas, eu emprestei uma peça e ele acabou encomendando duas espadas." Segundo o artesão, um dos tipos de armas brancas mais procurados é o "skiner", usado para tirar a pele de animais. "Para tirar a pele de carneiro, por exemplo, é preciso que a faca não encoste na carne, senão há uma alteração no sabor", diz. Ele produz uma média de duas peças por semana, "mas isso varia muito. Há facas que demoro uma semana para aprontar", afirma. O arquiteto usa materiais reciclados como matéria-prima, como aço de mola de suspensão de caminhões e serras usadas. Garcia diz que não usa aço inoxidável como material para as facas, somente aço-carbono, uma espécie que não enferruja. A produção de facas começou em 76, com uma peça para uso próprio. "Eu usava para caçar. As pessoas gostaram e começaram a pedir uma igual." O preço de cada faca varia entre US$ 60 e US$ 200, o que rende um faturamento de cerca de US$ 650 por mês. Garcia diz que trabalha somente sob encomenda, mas tem algumas facas para pronta-entrega. Para divulgar o artesanato, o arquiteto expõe na Estilograf, uma loja especializada em canetas, no bairro do Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo). Garcia diz que frequenta feiras de antiguidades e artesanato, onde faz contatos com clientes e colecionadores. Ele também coleciona armas brancas. Seu acervo tem 60 facas e 100 canivetes. "As facas produzidas por mim, eu vendo. Mas tenho 20 peças que não negocio por nada, que são feitas por outras pessoas", afirma. (NR) Texto Anterior: Loja tem associada na Itália Próximo Texto: Entidade facilita acesso a informações de 75 países Índice |
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