São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
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CCE vai vender de fax a lavadora

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A CCE, controlada pela família Sverner, acaba de contratar um executivo para "organizar" o crescimento da empresa.
Nelson Sany Wortsman, ex-vice-presidente da Sharp, assumiu no último dia 6 a presidência da CCE e tem uma missão principal: expandí-la.
O primeiro passo foi dado. A CCE vai disputar o mercado de produtos para escritórios já neste ano. Um pouco mais para frente, em 95 e 96, quer estar pronta para fabricar lavadoras de roupas e portáteis.
Isaac, o fundador, e os filhos Roberto e Eduardo, estão criando uma nova empresa –ainda sem nome definido– só para cuidar da linha de escritórios.
Neste momento, eles estão negociando a compra de tecnologia e componentes de fabricantes instalados na Ásia.
Essa linha de produtos -especialmente calculadoras, fax, microcomputadores e monitores de vídeo– será montada em Manaus (AM) em uma área de cinco mil metros quadrados que pertence à CCE.
O investimento inicial da empresa está avaliado em US$ 3 milhões. Ela deve empregar entre 150 a 200 pessoas em 95.
"Nosso objetivo é em três ou quatro anos participar com 15% a 20% da venda de produtos de escritórios no país", diz Wortsman.
E mais: a CCE quer fazer sua estréia no mercado de lavadoras de roupas e portáteis com força. "Ainda não decidimos se vamos ter sócios ou não." Está em estudo até a compra de empresas.
A decisão da família Sverner de diversificar o mix de produtos da CCE e contratar um executivo para comandar esse crescimento foi inspirada no salto de suas vendas.
Os números da CCE são os seguintes: em 92, ela participava com 10% do mercado brasileiro de televisores em cores. Em 93, com 12,3%. Este ano, aposta que pode fechar com 16%.
Wortsmam diz que de maio para junho, a CCE quase que dobrou a produção de TVs, na comparação com igual período de 93 –de 147 mil para 270 mil unidades.
Para ele, a CCE conquista espaço no mercado porque faz produtos com preços entre 5% e 6% mais baixos, em dólar, do que similares da concorrência.
"Pode fazer isso porque tem uma estrutura enxuta e verticalizada. É a única do setor eletroeletrônico que faz plásticos, moldes e caixas acústicas. Ela não terceirizou linhas que são competitivas."
Wortsman conta que esses componentes têm grande peso no custo do produto. A fábrica de injeção de plástico da CCE fica em Itu (SP). A de caixas acústicas, em Campinas (SP).
No mercado de áudio pesado, diz ele, a CCE comemora o fato de ter crescido 7% no período –de 282 mil para 303 mil peças.
"É bom lembrar que as vendas estão concentradas em televisores e videocassetes por conta da Copa. Mesmo assim vendemos mais unidades da linha de som."
A CCE é dona de um faturamento da ordem de US$ 330 milhões. A linha de TV participa com 40% desse valor. A de áudio, com outros 40%.

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