São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
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Copa começa com surpresas e decepções

MÁRIO MOREIRA; MARIO CESAR DE CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos seus três primeiros dias de disputa, a Copa de 94 não fugiu à regra de mundiais anteriores: apresentou surpresas e decepções antes de completada a primeira rodada.
Em termos de resultados, três podem ser considerados inesperados: o empate da Espanha com a Coréia do Sul (2 a 2) e as derrotas da Itália para a Irlanda (1 a 0) e da Colômbia para a Romênia (3 a 1).
Uma surpresa agradável foi a Coréia do Sul. Com um futebol de alta velocidade e razoável habilidade, os coreanos não se intimidaram com a maior tradição da Espanha e arrancaram o empate no último minuto do jogo, após estarem perdendo por 2 a 0.
A Alemanha, outra favorita, penou para derrotar a aplicada Bolívia. Os alemães precisaram de um erro coletivo da defesa boliviana (e individual do goleiro Trucco) para obter sua primeira vitória.
Embora tenha arriscado pouco no ataque, a Bolívia contrariou os que pensavam que, fora da altitude de La Paz, o time não tivesse nada a apresentar. Contra a atual campeã do mundo, conseguiu até certo ponto equilibrar a partida.
A Colômbia, apontada como uma das “prováveis surpresas”da Copa por seu futebol de belos passes e tabelas, não resistiu à melhor organização tática da Romênia e também foi surpreendida.
Os colombianos pareceram jogar com a certeza de que sua vitória ocorreria naturalmente e que, por isso, não seria necessário que se esforçassem muito para obtê-la. Caíram do cavalo.
Também decepcionaram as seleções da Noruega e da Suíça. Classificados à Copa em primeiro lugar num grupo que tinha a Holanda e a Inglaterra, os noruegueses precisaram suar muito para derrotar os mexicanos por 1 a 0.
Já a Suíça, que eliminou Escócia e Portugal, não passou de um empate em 1 a 1 com os limitados donos da casa os EUA.
Até aqui, a seleção romena pode ser considerada a melhor surpresa dos primeiros dias.
Além de uma inédita solidez defensiva, a Romênia mostrou um jogador que, até agora, se constitui no melhor da Copa: o meia Gheorghe Hagi.
Hagi, 29, é conhecido na Europa como “Maradona dos Cárpatos”. Dono de grande habilidade com o pé esquerdo, ele possui também notável visão de jogo, realizando lançamentos precisos para o atacante Raducioiu.
Hagi atua no Brescia, da Itália, e é um veterano da seleção romena. Está no time desde 1984, fez 84 partidas e marcou 23 gols.
Em 1986, foi ele que liderou o Steaua de Bucareste na conquista da Copa dos Campeões da Europa.
Colaborou Mario Cesar de Carvalho, enviado especial a Los Angeles.

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