São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 1994
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Romário supera esquema de marcação

JOÃO MÁXIMO
ENVIADO ESPECIAL A PALO ALTO

Romário supera esquema de marcação
Atacante é neutralizado por seu marcador durante quase todo o jogo, mas em dois lances decide a partida
Os 90 minutos de Romário, na partida de estréia do Brasil na Copa do Mundo da qual ele pretende ser a grande estrela, resumiram-se a poucos segundos de brilho.
Não mais que cinco minutos de tentativas frustradas e quase todo o tempo restante de implacável marcação do russo Ternawski.
Mas foi o bastante. Em dois lances, Romário decidiu a partida. Não deram para fazer dele o principal nome da tarde de Stanford, mas, pelo menos, levaram o Brasil a uma boa estréia.
Romário custou a aparecer no jogo. Nos primeiros 25min, com Ternawski grudado nele, tentou pouco e realizou menos ainda.
Logo aos 5min, recebeu passe de Raí, fez falta em Khlestov e chutou em cima do goleiro Kharin. Não valeu.
Aos 10min, a boa investida que parecia fazer pela direita terminou com um cruzamento para o meio da área. Para ninguém.
Aos 21min, entre duas tentativas mal-sucedidas de drible, Romário chutou espremido. A defesa russa neutralizou.
Finalmente, aos 26min, o gol. Um escanteio cobrado da esquerda por Bebeto foi encontrá-lo no lugar certo. Com um toque rasteiro e preciso, venceu o goleiro Kharin.
Quatro minutos depois, entre dois dribles tentados mas não executados, Romário bateu seu marcador e foi derrubado. Pênalti claro. O juiz não marcou. No primeiro tempo, foi só.
No segundo tempo, Romário ficou os sete primeiros minutos sem tocar na bola.
Mas quando esta chegou, rodopiou em volta de Nikiforov, virou de frente para o gol, partiu rápido e, na corrida, foi calçado por Ternawski.
Desta vez o juiz das Ilhas Maurício marcou o pênalti que estava devendo a Romário desde o primeiro tempo. Gol de Raí.
No restante da partida, as melhores chances foram de Bebeto. Perdeu dois gols, enquanto Romário não teve outra oportunidade de entrar na área.
Nesse período, tornou-se ainda mais evidente o espaço entre o meio campo brasileiro e os dois homens de frente. Bebeto ainda voltou para receber algumas bolas. Romário, não. Ficou isolado lá na frente, com seu marcador atrás.
À saída do campo –como já acontecera na hora em que o alto-falante do estádio anunciou as escalações– foram para ele os gritos mais entusiasmados da torcida.

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