São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 1994 |
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Brasil une as Américas em Stanford
MAURICIO STYCER
Grupos enormes de todas as nacionalidades das Américas do Sul, Central e do Norte vestiram a camisa do Brasil no estádio. Outros chegaram a Stanford com a camisa de seus países, mas berrando o grito de guerra da torcida brasileira com sotaque castelhano: "Brasilll", "Brasilll" em vez de "Brasiu", "Brasiu". "Vim com a camisa do Brasil porque adoro o Brasil", dizia o motorista Tony Godinez, natural da Guatemala, que não apenas vestia uma camisa oficial da seleção como estava enrolado numa bandeira do Brasil. O cubano Domingo Casanas, que esteve em 1986 na Copa do México torcendo pela Brasil, se preparava ontem para repetir a dose em Stanford. Desta vez veio com o filho de 4 anos, ambos vestindo uma camisa da seleção. "Amo o Brasilll". Um grupo de dez peruanos, liderados por Luiz Pulido, veio de San Francisco com uma enorme faixa com os dizeres: "Brasil Peru". "Trouxe toda a família porque amamos o Brasil", explicava. Um outro grupo, de oito colombianos, foi à arquibancada todo fantasiado de Valderrama, o meia da seleção da Colômbia: eles vestiam perucas loiras enormes, camisas da seleção colombiana e gritavam: "Brasilll, Brasilll!!!" Às 10h40 (14h40 em Brasília), foi dada ordem para a abertura dos portões do estádio. Depois de uma manhã nublada em Palo Alto, o sol apareceu por volta das 10h. Entre as centenas de bugigangas vendidas na entrada do estádio, as de maior saída eram os bonés. Estavam sendo vendidos por valores entre US$ 20 e US$ 25. Em condições normais, nas lojas, não custam mais de US$ 15. Entre os torcedores brasileiros, havia até uma, Nazareth Vanterhorst, fantasiada de Carmem Miranda. Como outros milhares de torcedores, Nazareth é uma brasileira radicada nos EUA. Ela mora em San Jose (próximo a Los Gatos, onde está hospedada a seleção brasileira) e está encantada com a quantidade de brasileiros ao seu redor. "É uma beleza ver tanto brasileiro junto", dizia. O empresário Marcelo Peixoto, de Tatuí (SP), foi ao jogo com a cara pintada de verde, amarelo e azul e a palavra Tatuí pintada na testa. Peixoto liderava um grupo de seis músicos do grupo Os Tubarão da Colina. "Tubarão no singular mesmo. Porque tubarão você só vê uma vez na vida." Texto Anterior: Fotógrafos são barrados Próximo Texto: 'O mano vai levantar a taça' Índice |
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