São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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Ingleses são destaque da Bienal do Livro

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A 13ª Bienal do Livro de São Paulo já tem confirmadas as presenças de dois ingleses, V. S. Naipaul e Will Self. Eles vêm a convite do British Council e de suas editoras.
Naipaul, pela Companhia das Letras, que lança "A Way in The World", sobre Trinidad, ilha natal do escritor. A Geração Editorial lança "Cock and Bull", duas novelas cômicas sobre o sexo, de Will Self.
Quem poderá ofuscar o brilho dos presentes é o escritor russo Vladimir Nabokov (1899-1977). Quatro lançamentos devem fazer desta a "Bienal Nabokov".
A Companhia das Letras publica seu livro de memórias, "Speak, Memory", e "Lolita", seu romance de maior sucesso.
A Ars Poetica traz sua fotobiografia e a biografia que Nabokov escreveu sobre seu conterrâneo, Nikolai Gógol.
Mas estes são apenas alguns, da centena de lançamentos que as editoras estão preparando. Os cinquenta anunciados aqui (leia quadro) são apenas o começo. Este número deve dobrar até agosto.
A Bienal abre suas portas dia 17 de agosto para os profissionais e dia 19 para o público em geral. Da área total do pavilhão do Ibirapuera, 86% já foi comercializada –200 estandes já foram vendidos.
Como há dois anos, os pisos serão divididos. No primeiro, estarão os estandes de literatura infanto-juvenil e os livros didáticos e paradidáticos. No segundo, literatura em geral e os científicos e técnicos. E no terceiro, literatura estrangeira e os esotéricos e religiosos.
Os países estrangeiros que já confirmaram seus estandes são: Alemanha, Argentina, China, Colômbia, França, Grã-Bretanha, Israel, Japão e Portugal.
"É um ato de bravura", disse o editor Carlos Augusto Lacerda, da Nova Fronteira, sobre a 13ª Bienal do Livro de São Paulo. "Num momento em que há uma inatividade na economia, as editoras estão sendo obrigadas a fazer um investimento forte."
A Bienal abre nem dois meses depois de ser implantada a nova moeda, o Real. Mesmo assim, os editores estão otimistas. Afinal, não há momento em que se venda mais livros que a Bienal. E este não é o primeiro plano econômico que eles enfrentam.
"A Bienal é sempre um grande ativador dos negócios e a baixa da inflação é muito positiva para nós", disse o editor Sérgio Machado, da Record.
Luís Schwarcz, da Companhia das Letras, também se declara otimista: "Este é um momento econômico bom. Os lançamentos são superiores aos de dois anos atrás."

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