São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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Saxofonista seduz público com jazz-pop

CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A ARUBA

Ela é uma típica ruiva-fetiche e toca o mais sensual dos instrumentos. Atração do festival de Aruba, no último fim-de-semana, a saxofonista holandesa Candy Dulfer conquistou a platéia com sua mistura de funk e jazz-pop.
Aos 24 anos, a atraente Candy vive o que se costuma chamar de carreira meteórica. Seu primeiro álbum, "Saxuality" (lançado em 1990), ganhou disco de ouro nos EUA e foi indicado para o Grammy.
Além de participações em trabalhos de Van Morrison, Aretha Franklyn e Dave Stewart (Eurythmics), foi a colaboração com Prince (no álbum "Graffiti Bridge") que mais despertou as atenções para os dotes da holandesa.
Em seu segundo álbum, "Sax-a-Go-Go" (BMG, 1993), do qual tocou várias faixas em Aruba, ela prossegue na linha "funky", contando com a participação dos naipes de sopro da banda de James Brown e da Tower of Power.
Candy falou à Folha sobre sua formação musical, sua parceria com Prince e sobre a dificuldade de ser uma mulher saxofonista.

Folha - Como você entrou em contato com o funk?
Candy Dulfer - Através de vários canais. Meu pai, Hans Dulfer, é músico de jazz e além de escutar muito jazz em casa também ouvimos muitos saxofonistas de rhythm & blues, como Junior Walker e Maceo Parker.
Para mim, essa transição do jazz ao funk, ao soul e ao rhythm & blues é muito natural. Essa é a melhor música que existe por aí.
Folha - Você já sentiu preconceito pelo fato de ser uma saxofonista em um meio dominado pelos homens?
Candy - Não. Acho que isso pode acontecer se você ainda está começando e não toca bem.
Felizmente sempre tive meu pai ao meu lado, que me orienta. Talvez fosse mais difícil se eu não viesse de uma família de músicos.
Folha - O fato de você ter escolhido o saxofone como instrumento teve algo a ver com sexualidade?
Candy - Não exatamente. Comecei a tocar com 17 anos e não pensava nessas coisas.
Mas, quando gravei meu primeiro álbum, fiquei sabendo que chegaram a pensar que eu devia aparecer com uma saia bem curta e saltos altos na capa.
Sabe como são os homens... Felizmente, consegui fazer tudo do meu jeito.
Folha - Como você vê hoje sua colaboração com Prince?
Candy - Foi muito importante, mas nem tanto pelo lado musical, porque eu acho que já tinha aprendido muito com ele ouvindo os discos.
Foi uma experiência muito instrutiva. Ele é um "superstar" e, num determinado ponto, percebi que aquela vida e todo aquele glamour não serviam para mim. Eu queria fazer minhas próprias coisas e logo caí na real.
Folha - Algum plano de ir ao Brasil?
Candy - Eu adoraria ir. Sei que vocês têm um grande festival de jazz lá. Só está faltando um convite.

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