São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Tasso, Arraes e Britto têm maioria dos votos

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se as eleições fossem disputadas hoje, Tasso Jereissati (PSDB) seria eleito governador do Ceará, com 64%, e Miguel Arraes (PSB) se elegeria em Pernambuco, com 59%.
Antônio Britto (PMDB) também obteria confortável margem no Rio Grande do Sul, com 57%, o mesmo valendo para Wilson Barbosa Martins (PMDB), no Mato Grosso do Sul, com 52%.
A existência de um número elevado de candidatos com amplas possibilidades de se eleger já no primeiro turno é uma das constatações do Datafolha, na primeira pesquisa feita em sete Estados e no Distrito Federal.
Quadro parecido é registrado no Paraná, onde Álvaro Dias (PP) reúne 50% das intenções de voto.
Mas ele possui apenas 13 pontos de vantagem sobre seu concorrente imediato, Jaime Lerner (PDT), num quadro polarizado e com possibilidades teóricas de inversão.
Pequenos partidos
A existência de favoritos com a intenção dos votos de mais da metade do eleitorado reduz a porcentagens quase simbólicas as pequenas candidaturas.
No Ceará, por exemplo, os candidatos do PT, PSTU e Prona somariam hoje só 4% dos votos.
Ainda naquele Estado, o ex-prefeito de Fortaleza, Juarci Magalhães (PMDB), com 21%, teria somente um terço da votação de Jereissati.
Em Pernambuco, o efeito Arraes comprime para 14% as intenções do segundo colocado, o ex-ministro Gustavo Krause (PFL). Cid Sampaio (PMDB), ex-governador, tem apenas 4%.
Embora com magnitude menor, o mesmo acontece no Rio Grande do Sul. Olivio Dutra (PT), ex-prefeito de Porto Alegre, está com 25% e os demais candidatos, somados, não fariam mais que 6%.
No Paraná, com Dias e Lerner somando 87% das intenções, Jorge Samek (PT), em terceiro lugar, seria votado só por 2% dos eleitores.
No Mato Grosso do Sul, o favoritismo do candidato do PMDB o distancia de Levy Dias (PPR), que registra 29%.
Mas o quadro eleitoral tem contornos menos definidos na Bahia, Santa Catarina e no DF.
Antônio Carlos Magalhães, o todo-poderoso chefe político baiano, tem seu candidato, Paulo Souto (PFL), em segundo lugar, com 22% e cinco pontos abaixo de João Durval (PMN), ex-carlista e hoje aliado de Leonel Brizola.
Jutahy Magalhães (PSDB) vem em terceiro, com 19%, e com o apoio de apenas 6% dos eleitores que se dizem simpatizantes do PT, partido que integra sua coligação.
Inimigo de ACM
Ainda na Bahia, o ex-governador Nilo Coelho (PMDB) tem 14%, e ainda uma taxa de rejeição de 49%, diretamente derivada da campanha que ACM tem novido contra ele.
Em Santa Catarina, Ângela Amin (PPR) está em primeiro lugar, com 33%, e Jorge Bornausen (PFL) em terceiro, com 18%. Essa divisão entre ex-aliados impede uma definição antecipada.
O segundo colocado é Paulo Afonso Vieira (PMDB), com 21%, enquanto Nelson Wedekin (PDT) está com 11%.
Por fim, no Distrito Federal, o senador Valmir Campelo (PTB) tem 37% e deputada Maria de Lourdes Abadia (PSDB) registra 25%. Vem a seguir, ainda nos dois dígitos, o ex-reitor da UnB, Cristovam Buarque (PT), com 16%.

A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 9, 10, 13 e 14 de junho. O levantamento foi feito por amostragem estratificada, como sorteio aleatório dos entrevistados. A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antônio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino, Emilia de Franco e a estatística Renata Nunes Cesar.

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