São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Unicef culpa pobreza e seca por altos índices

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) aponta a seca prolongada e a má distribuição de renda no país como as principais causas do aumento da mortalidade infantil no Nordeste.
A redução drástica no Orçamento da União para o setor saúde também é tido como causa, segundo o Unicef. Em 87, o investimento foi de US$ 80 por habitante/ano. Ano passado, esse valor caiu para US$ 41 por habitante/ano.
Dados coletados pela Pastoral da Criança e pelo Progama de Agentes Comunitários de Saúde indicam que aumentou consideravelmente o número de crianças que morrem com menos de um ano de idade, do ano passado até o primeiro trimestre deste ano.
Os números aproximam o Nordeste brasileiro dos países africanos mais pobres. A média da região é de 70 mortes por mil nascimentos, mas casos extremos, como no interior de Alagoas, chegam a 174 mortes por mil.
"A média brasileira é de 50 mortes por mil nascimentos. Dá raiva. O Brasil tem recursos humanos e financeiros para, facilmente, abaixar esse índice para 20 mortes por mil", disse Agop Kayayan, representante do Unicef no Brasil.
Apesar das críticas, Kayayan disse que o governo federal e alguns governos estaduais e municipais têm desenvolvido tarefas corretas e obtido resultados concretos para reduzir os índices.
"Não adianta somente aumentar os recursos se não houver melhoria na eficiência", defende Kayayan.
Além do investimento direto no setor saúde, o Unicef defende melhoria nos sistemas de saneamento e no tratamento de água.
Isso permitiria reduzir os casos de diarréia –principal causa de morte de crianças.

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