São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994 |
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FHC se diz ofendido por Lula e recorre à Justiça
EMANUEL NERI
É a primeira vez na atual campanha que um candidato à Presidência vai à Justiça contra um adversário. FHC acusa Lula de tê-lo ofendido "gravemente" durante comício realizado em São Paulo, no último dia 12. Segundo a interpelação, Lula chamou o candidato tucano de "professor de roubos". Segundo a interpelação, essas foram as palavras de Lula sobre FHC: "Se ele abrisse uma escola de governo, eu não matricularia meus filhos, pois eles iriam aprender a roubar e não a governar". A interpelação foi entregue ontem na 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. Ela é assinada por Eduardo Reale Ferrari, advogado de FHC e sobrinho de Miguel Reale Júnior, do comando da campanha tucana. Reale Júnior informou que, a partir de agora, FHC não permitirá mais nenhum tipo de acusação que lhe cause danos morais. "Esperamos que não seja iniciada, a partir de agora, nenhuma guerra jurídica", afirmou Reale Júnior. A interpelação é baseada em reportagem publicada no "Diário Popular" e reproduzida em noticiário da rádio "CBN", ambos de São Paulo. Há outros trechos do discurso de Lula cirtados na interpelação. Um deles diz que FHC vai "congelar a miséria" com seu Plano Real. "O projeto dele (FHC) é manter tudo como está, quer dizer, manter a mesma miséria que estamos hoje". Outra acusação atribuída a Lula: "Enquanto ele (FHC) prega a modernidade, sobe em palanques com Ricardo Fiúza, Antônio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen. Isso não é modernidade, é safadeza, falta de vergonha". Segundo a interpelação, as acusações de Lula constituem crimes previstos em lei. O artigo 325 do Código Eleitoral prevê pena de três meses a um ano de detenção para quem "difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação". Texto Anterior: Autoritarismo Próximo Texto: Prefeitura dá ajuda à campanha de Quércia Índice |
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