São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Assassino quis ser valente, diz testemunha

DA REPORTAGEM LOCAL

O publicitário Pedro Barbastefano Junior, 31, disse que o estudante Clibas Cortez, 18, o "Neno", matou seu amigo, o publicitário Antônio Carlos Patrício Valério, 33, "para provar que era valente".
Barbastefano Junior está internado no Hospital Albert Einstein. Ele foi baleado na perna por um tiro que, segundo testemunhas, foi disparado por Cortez.
A testemunha estava com Valério na lanchonete New Dog, no Itaim Bibi (zona oeste), no último dia 16, quando ocorreu o crime.
Valério e Barbastefano Junior intervieram em uma briga, entre seis rapazes e três meninas, em defesa das garotas.
Os rapazes jogaram mostarda nas meninas, que se vingaram atirando ketchup e mostarda no Vectra de um dos rapazes.
Segundo ele, os rapazes já haviam permitido que as meninas saíssem da lanchonete, quando Cortez foi ao Vectra pegar a arma.
Ele teria retornado e dito: "Aqui ó (mostrando a arma). Vamos ver quem é valente".
Em seguida, segundo Barbastefano Junior, o rapaz virou a arma para a direita e para a esquerda e deu um tiro para o alto.
Valério, segundo seu amigo, teria dito para Cortez: "Você não é mais valente que ninguém aqui só porque tem essa arma na mão. O que você vai fazer com ela? Vai me matar?".
Em seguida, o estudante teria dado um passo para trás e mais um tiro para o alto. Valério o teria acompanhado, dando um passo para a frente. "Então, ele mirou para o peito dele e disparou", disse.
Barbastefano Junior chamou de "mentiroso" o estudante D.M.M.S., 17, que acompanhava Cortez no Vectra.
D.M.M.S. disse anteontem no 15º DP que Valério deu dois tapas no rosto de Cortez antes de ser atingido no peito pelo tiro.
"Depois de assassiná-lo, ele (Cortez) também quis me matar", disse. Cortez teve sua prisão preventiva decretada anteontem pelo 5º Tribunal do Júri.

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