São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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UFRJ nega ter dificultado pesquisa entre professores

Fundação americana diz que brasileiros publicam pouco

DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 24/06/94

Esta reportagem, em alguns exemplares, errou nos dados da pesquisa. Ela mostra que 25% dos docentes editaram um livro nos últimos três anos.
O reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Nelson Maculan Filho, disse ontem que não impediu que os professores da universidade participassem da pesquisa do Carnegie Foundation, de Washington (EUA), publicada ontem pela Folha.
"O professor Simon Shwartsman (organizador da pesquisa no Brasil) me pediu a lista dos professores da UFRJ e eu disse que os consultaria antes, para ver se eles desejavam participar. Pedi um prazo de 15 dias", disse.
A pesquisa aponta que apenas 25% dos professores do país publicaram artigo ou tese nos últimos três anos. Segundo a pesquisa esse índice é o mais baixo entre os 14 países pesquisados.
O cientista político Bolivar Lamounier disse ontem que a dedução que se faz a partir destes dados deve ser cuidadosa.
"O número de publicações, por si só, não indica a qualidade delas. Me espanta o fato de o México estar em um nível superior ao Brasil, o que não é verdade", disse.
O professor Manuel dos Lopes Santos, diretor da Escola Paulista de Medicina, uma das consultadas, disse que, no Brasil, os professores não têm o hábito e o entusiasmo de publicar suas descobertas.
"Na verdade este índice é ainda menor, pois a grande produção de algumas escolas ajuda a `puxar' o índice para cima", disse Santos.
A pesquisa apontou também que cerca de 80% dos professores universitários do país acham que a profissão está desprestigiada.
Outro dado é o fato de 75% dos professores acharem que ganham pouco ou terem outro vínculo empregatício.
Para Lamounier, este é um problema de todas as áreas e não apenas dos professores.
Para o diretor do Instituto de Química da USP, Walter Colli, o fato de os professores terem outros empregos é um problema sério.
"As universidades paulistas conseguiram acabar com isso criando o regime de dedicação exclusiva em tempo integral", disse Colli.
Segundo ele, isto não aconteceu com as demais escolas do país.

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