São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994 |
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Infra-estrutura da Copa dos EUA é vergonhosa
ALBERTO HELENA JR.
O estádio onde o Brasil estreou na Copa é uma vergonha. As escadas são de madeira, e, para chegarmos às arquibancadas, tivemos de atravessar um tenebroso túnel, a pé, num congestionamento apavorante. Se houvesse um quebra-quebra ali, seria uma tragédia. Nem em campeonato paulista de segunda divisão tal campo seria aprovado. E eu pergunto, como pôde ter sido para uma Copa do Mundo? Conheço um cara, chamado Jabá, que pode explicar isso. Talvez. Toda a infra-estrutura da Copa em Stanford é precária. São vagões –trailers, dizem aqui– dispostos de maneira a atender as necessidades básicas de um evento que os americanos consideram de quinta categoria. É simplesmente um absurdo que nós, sul-americanos, europeus, asiáticos e africanos, mais mexicanos e demais norte-americanos ligados ao futebol, que representamos a esmagadora maioria do povo do planeta Terra, sejamos obrigados a nos submeter a esta vergonha. E mais constrangedor é saber que isso ocorre por decisão da Fifa, mais precisamente do sr. João Havelange, um brasileiro que negou ao Brasil o direito de ser a sede da Copa, há alguns anos. Pena que a Fifa seja uma entidade particular, de direito privado, sobre a qual não se pode exigir, em ação pública, uma auditoria implacável. Vocês viram a Nigéria? Atropelou a Bulgária, com Stoichkov e tudo. Do futebol negro na Copa, foi o mais equilibrado. Com um goleiro grande e atento, uma defesa bem armada, atacou com furor. Com bolas longas, uma velocidade de recordistas de 200 metros e uma fome de gol inigualável, os nigerianos destroçaram os búlgaros. Claro que ninguém tem a pretensão de que eles chegarão à final da Copa. Mas representam a semente de que o futebol não morrerá sufocado nas retrancas até agora vencedoras. Texto Anterior: Rússia e Suécia decidem classificação Próximo Texto: Aldair substitui Rocha contra Camarões Índice |
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