São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Justiça norte-americana condena banqueiro a 40 anos de prisão

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A Justiça dos EUA condenou ontem um banqueiro à maior pena já imposta na história do país por um crime de colarinho branco.
Tom Billman foi condenado a 40 anos de prisão por ter fraudado em US$ 25 milhões os correntistas do Community Savings & Loans, em Bethesda, região metropolitana de Washington, em 1985.
O juiz Frederick Motz disse que seu rigor era justificado pelo "cínico pouco caso de Billman pelo processo jurídico". Billman fugiu dos EUA e passou quatro anos na Europa vivendo como milionário.
A sentença determina que a concessão de liberdade condicional só possa ser examinada depois de o réu ter cumprido pelo menos 13 anos e meio.
Os advogados de Billman disseram que vão recorrer da decisão. Argumentam que a pena de 40 anos é desproporcional em relação às que têm sido aplicadas por crimes semelhantes.
Charles Keating Jr., dono de um banco da Califórnia foi condenado por fraude similar à de Billman a 12 anos de prisão em julho de 1993. O especulador da Bolsa de Valores Ivan Boesky pegou três anos em 1987.
O juiz também condenou Billman a restituir os US$ 25 milhões a seus clientes.
Embora o governo tenha restituído as poupanças de depositantes com contas até US$ 100 mil, há 22 mil ex-correntistas do banco de Billman que até agora não foram reembolsados.
O sistema de poupança dos EUA foi sacudido na década de 80 por uma série de fraudes e falências em vários Estados.

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