São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Kathmandu deve ser explorada ao acaso

MANOEL MORGADO E LEONIE MECHUGH
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Boa parte do filme "O Pequeno Buda" foi rodada em duas cidades do Reino do Nepal –Kathmandu, a capital, e Bakdapur.
O Nepal tem 147.181 km2 (equivalente ao Estado do Ceará) e 20 milhões de habitantes. Faz fronteira com a China (Norte) e com a Índia (Sul, Leste e Oeste).
A cordilheira do Himalaia ocupa a maior parte do território do Nepal. Lá estão oito das 14 montanhas mais altas do mundo –entre elas o Everest (8.848 metros).
A porta de entrada natural do Nepal é sua capital, Kathmandu (235 mil habitantes). Ela está situada numa região de vales férteis e escarpas (1.400 m de altitude).
Chegar a Kathmandu é como voltar milhares de anos no tempo. O diretor Bertolucci é a maior testemunha –foram necessárias poucas adaptações para transformá-la em Sidharta Gautama (era Buda).
A capital ainda conserva um ar medieval –pequenas vielas levam a enormes pátios, onde templos dividem espaço com ruas e carros.
Crianças brincando, adultos secando grãos, vacas andando preguiçosamente, homens sagrados conduzindo pujas (cerimônias religiosas) e músicos tocando velhos instrumentos completam a cena.
O lugar é caótico, agitado, movimentado, vivo. Cada canto tem alguma coisa nova que deixa o turista boquiaberto, cada pequena porta tem a possibilidade de proporcionar novas experiências.
Vendedores ocupam todos os espaços possíveis. De bicicleta, vendem cobertores, velas, incensos, flautas e legumes. O impacto visual é acentuado pelos estranhos odores: o incenso se mistura ao lixo, ao esterco, aos temperos.
A este cenário acrescenta-se a arquitetura antiga da Durbar Square (Praça do Palácio), as ornamentadas esculturas em madeira das varandas das casas, o brilho do branco das stopas (templo típicos).
Kathmandu é melhor se explorada ao acaso –é daqueles lugares onde é possível passar dias vagando, se perdendo e se descobrindo.
No vale de Kathmandu ainda ficam Patan e Baktapur, cidades impregnadas de cultura e tradição, que já foram reinos independentes.
Em poucos países do mundo se vê, numa área tão pequena como a do Nepal, uma diversidade cultural e geográfica tão grande.
(Manoel Morgado e Leonie Mchugh)

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