São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Boi-bumbá leva a população ao delírio

ANDRÉ LOZANO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O boi-bumbá, a maior festa folclórica do Norte do Brasil, acontece no final do mês em Parintins, cidade a 370 km de Manaus, capital do Estado do Amazonas.
Cerca de 30 mil pessoas devem lotar o "bumbódromo" da cidade e torcer pelos dois bois rivais: o Caprichoso e o Garantido.
Segundo a literatura folclórica, a brincadeira de boi-bumbá teve início no começo do século no Amazonas e é a representação de uma lenda regional.
A cidade de Parintins se divide: uma parte torce para o Caprichoso (representada pelo boi preto) e outra para o Garantido (boi branco).
A torcida do Caprichoso se fantasia de azul e branco e a do Garantido, de vermelho e branco.
Quando um boi entra em cena, seus brincantes (foliões) vão, literalmente, ao delírio. Entoam canções e batem vagarosamente as "palmilhas", instrumento de madeira típico para a dança do boi.
Nesse momento, qualquer manifestação de entusiasmo dos foliões rivais é proibida. Permanecem calados até a chegada do seu boi.
Em 1988, a diversão espontânea do boi-bumbá tomou forma de megaespetáculo. O governo do Estado construiu o bumbódromo e Parintins passou a receber um número de visitantes equivalente à sua população (60 mil habitantes).
Os dias mais agitados do Festival de Paritins são os três últimos do mês. Já não é fácil encontrar lugar nos hotéis e pousadas da cidade para os dia 28, 29 e 30.
A Prefeitura de Parintins investiu US$ 2 milhões. Pacotes turísticos foram vendidos a navios estrangeiros que atracarão no porto de Parintins no final do mês.
O folclore do boi-bumbá amazonense teve forte influência do bumba-meu-boi do Maranhão. Mas há 80 anos o boi-bumbá tomou características típicas amazonenses, pricipalmente pela introdução das lendas indígenas.
O canto do boi-bumbá segue um ritmo afro-brasileiro e mistura vários estilos: samba, carimbó, marcha e cateretê. A história do boi-bumbá é contada em versos.
Além do festival, Parintins, situada em uma ilha, oferece vários passeios por lagos e praias fluviais. Entre os lagos destacam-se o Macurany, que está localizado na parte oposta da cidade e é tomado por balneários particulares.
As praias do Uicurapá também são disputadas. Todas se caracterizam pela areia branca, semelhante às praias de mar. O acesso a esses locais só é possível de barco.

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