São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 1994
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Mesmo em crise, Camarões diz que joga

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL A PALO ALTO

O técnico da seleção de futebol de Camarões, Henri Michel, escondeu ontem os seus jogadores da imprensa para evitar mais polêmica sobre os dois meses de salário atrasados do time.
Anteontem, os jogadores camaroneses haviam dito que poderiam fazer greve hoje se não recebessem os salários atrasados.
"Há uma chance de não jogarmos, é claro. Mas é difícil dizer o que vai acontecer. É um problema muito sério", disse o goleiro Joseph-Antoine Bell na quarta-feira.
Apenas dois jogadores compareceram, junto com Michel, a uma entrevista coletiva ontem à tarde, no centro de imprensa, no estádio de Stanford: o capitão Stephen Tataw e o reserva Roger Milla.
Tataw (pronuncia-se "tá-tô") passou a entrevista inteira negando-se a responder questões relacionadas às finanças do time.
O capitão camaronês chegou a mentir: "Nenhum jogador falou sobre faltarmos ao jogo."
"Nós estaremos em campo amanhã (hoje) para enfrentar o Brasil. Não vou falar sobre o aspecto financeiro. Não queremos nada que possa perturbar a nossa concentração", disse Tataw.
Foram os próprios jogadores que procuraram a imprensa para falar sobre uma possível greve no jogo de hoje. Antes, para chamar atenção, os jogadores estavam cobrando até US$ 500 para concender uma entrevista.
Um ministro de Estado de Camarões chegaria ontem à noite aos Estados Unidos para tentar contornar o problema financeiro. Não foi divulgado o valor total da dívida da Fecafoot (federação de futebol e Camarões) para com os atletas.
Calado na entrevista, Milla falou rapidamente apenas ao sair da sala. "Depende do técnico me escalar ou não", declarou o jogador de 42 anos.
Henri Michel disse que o time contra o Brasil deve ser o mesmo que enfrentou a Suécia. Mas confirmará isso apenas hoje.

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