São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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Ciro diz que popularidade é sua resposta

XICO SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL

O governador do Ceará, Ciro Gomes (PSDB), 36, diz que o Estado melhorou muito, mas precisa continuar a fase de mudanças para reduzir os índices de probreza.
Por este motivo, segundo ele, é que Tasso Jereissati é o candidato do PSDB ao governo. "Não quero entregar o governo a pilantras e irresponsáveis", afirma nos comícios.
Seus índices de aprovação, sempre acima de 70%, e o favoritismo de Tasso (64% das intenções de voto segundo a última pesquisa Datafolha) compõem, segundo o governador, a melhor resposta a qualquer ataque.
Ciro é sucessor e afilhado político de Tasso, que, em 1986, iniciou uma nova fase na política do Ceará ao vencer os chamados "coronéis".
Três líderes políticos marcaram o chamado ciclo dos coronéis na política cearense: os ex-governadores Adauto Bezerra, César Cals e Virgílio Távora.
Na opinião de Ciro Gomes, o projeto iniciado em 87, com a vitória dos tucanos, não pode ser interrompido.
"Avançamos muito, mas para consolidar bons indicadores sociais é preciso haver continuidade", afirma.
Ciro Gomes define o problema da dengue como um "escândalo" e joga a responsabilidade para o governo federal. Segundo ele, o Ministério da Saúde descuidou do combate ao mosquito.
"A causa da doença é a alta população de mosquitos, e isso ocorreu porque o Ministério da Saúde descuidou", diz.
O governador relata que até o envio do veneno para a tentar eliminar os mosquitos foi feito com atraso. "Por causa de uma greve de funcionários federais, o veneno ficou retido", disse.
O governo do Estado aposta em obras de saneamento para reduzir nos próximos anos a possibilidade de novas epidemias como o cólera e a dengue.
O Projeto Sanear, com recursos do Bid (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do governo estadual, prevê investimentos de US$ 265,6 milhões em Fortaleza.
As obras foram iniciadas. O projeto, segundo a Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, alcançará 1.025 km de redes de esgotos, beneficiando 740 mil pessoas.
Outro pacote de obras também é anunciado pela mesma secretaria para o interior cearense.
A previsão de investimentos é de US$ 240 milhões. O projeto pretende melhorar a vida de 44 mil famílias, com serviços de infra-estrutura e casas populares.
Sem dívida
São muitos os números favoráveis às gestões Tasso Jereissati e Ciro Gomes apontados pelos técnicos do governo cearense.
Um dos dados mais mais importantes, segundo eles, é a ausência de dívidas. O Ceará não deve nada a ninguém.
Entre os 27 Estados, somente Paraná e Santa Catarina cumprem seus débitos com o mesmo rigor.
São Paulo, por exemplo, o mais rico do país, tem hoje uma dívida de US$ 25 bilhões.
Outro ponto positivo, na opinião de Ciro, é o enxugamento da máquina administrativa do Estado.
Quando assumiu o governo, em 87, Tasso Jereissati iniciou um processo de demissões que resultou no afastamento de cerca de 50 mil dos 148 mil funcionários.
Na coleção dos bons negócios do governo, a equipe de Ciro Gomes lista também a chegada dos investimentos privados de várias empresas do país.
Atraídos por um programa de isenção fiscal de até dez anos, indústrias como a Votorantim (o maior grupo privado do país) correram para instalar novas fábricas no Ceará.
O turismo também cresceu no Estado. Somente para julho esperam-se pelo menos 100 mil visitantes em Fortaleza. (Xico Sá)

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