São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994 |
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Meta para emissão prevê inflação baixa
REGINA ALVAREZ
Caso os preços continuem a subir depois do lançamento da nova moeda, o real, o governo terá de elevar a taxa de juros para inibir o consumo e forçar a liberação de estoques. Ao decidir fixar em lei (uma Medida Provisória, como antecipou a Folha) as metas de emissão de reais, o governo pretendeu dar maior credibilidade ao programa de estabilização, sinalizando para o mercado sua intenção firme de não sancionar reajuste de preços. Essa rigidez na expansão do volume de moeda em circulação na economia coloca a taxa de juros como o principal instrumento que o governo dispõe para impedir os aumentos de preços e a elevação da inflação. Se o mercado resistir à estabilização, o Banco Central não terá outra alternativa senão elevar os juros de forma drástica, porque o controle do volume de moeda na economia está determinado em lei. A correção da caderneta de poupança pela TR (Taxa de Referência) foi mantida porque ela refletirá o aumento na taxa de juros, servindo de instrumento para ajudar o governo a retirar dinheiro da economia, na hipótese de o mercado continuar a elevar seus preços. A minuta da MP (medida provisória) obtida pela Folha determina que o Banco Central emita entre 1º de julho de 94 a 31 de março de 95 até R$ 9 bilhões (US$ 9 bilhões). Esse limite está bem abaixo do montante de moeda em circulação registrado durante o Plano Cruzado – US$ 15 bilhões –, quando a inflação declinou rapidamente e ficou também próxima de zero. A MP determina que a emissão de reais não poderá ultrapassar R$ 7 bilhões até se completar o primeiro trimestre de existência do real – 1º de outubro, véspera do primeiro turno das eleições – e R$ 8 bilhões até 31 de dezembro. Além desses valores, a Medida Provisória prevê uma margem de apenas 5%, que o Banco Central poderia emitir temporariamente, para atender situações temporárias. Esta emissão dependeria da aprovação do CMN (Conselho Monetário Nacional), que será reformulado e deixará de contar em sua composição com representantes da iniciativa privada. Mesmo assim, esses reais teriam de ser recolhidos ao BC 30 dias após sua emissão. Texto Anterior: Despesas da União aumentam 24,7% Índice |
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