São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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Empresário diz que limpeza vai atrasar

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresários do setor de saneamento ambiental estão descontentes com a decisão da Sabesp, que cancelou neste mês a concorrência pública para a compra de equipamentos das estações de tratamento de esgoto Parque Novo Mundo e São Miguel (veja quadro acima).
"É um cinismo. Não é correto vender uma idéia de que o saneamento está uma maravilha, além de gastar recursos públicos em publicidade na mesma semana que a Sabesd cancela uma concorrência que já durava 14 meses", diz o empresário Antônio Carlos Germano Gomes, 36.
Gomes é presidente do Departamento de Meio Ambiente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que reúne cerca de 80 fabricantes de equipamentos de saneamento básico no país.
Segundo ele, o cancelamento vai atrasar ainda mais o cronograma do projeto de limpeza do Tietê, que originalmente previa o funcionamento das duas estações já neste ano de 94.
Caso as duas estivessem funcionando, ele diz que ainda sim "seria duvidoso" afirmar que 50% da carga poluidora dos esgotos residenciais estaria sendo tratada.
"No mínimo teríamos que ter 21 m3/seg de esgoto tratado. Hoje não temos nem 10 m3/seg", afirmou.
Sabesp
O assessor de imprensa da Sabesp, Márcio Riscala, 35, disse que o cancelamento da concorrência foi provocado por dois motivos. O primeiro é que a empresa decidiu simplificar o sistema de automação e as instalações elétricas nas duas estações.
A outra seria a necessidade de a concorrência se adequar à legislação vigente. Quando a concorrência foi feita, a Sabesp exigiu que as empresas tivessem condição de obter financiamentos para compra de equipamentos em torno de US$ 90 milhões.
Esse tipo de exigência não é mais permitido pela lei federal 8.666, de junho do ano passado, que trata da nova legislação sobre concorrências.

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