São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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'Argentina ofensiva é balela'

MÁRIO MAGALHÃES
DO ENVIADO A DETROIT

A seleção brasileira já se prepara para uma final contra a Argentina. Anteontem o técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador Mário Lobo Zagalo chegaram correndo ao hotel, enquanto os reservas brasileiros treinavam chutes a gol orientados pelo preparador-físico Moraci Sant'Anna.
"Não podemos falar agora, o jogo da Argentina com a Nigéria já começou, estamos atrasados, não podêmos perdê-lo", disse Zagalo enquanto corria para o elevador.
Ontem Parreira afirmou que as duas equipes mais "consistentes" e favoritas para chegar à final do Mundial são Brasil e Argentina.
Para ele, é "um absurdo" dizer que seu time é mais defensivo do que o argentino.
A Argentina joga com três atacantes –Caniggia, Batistuta e Balbo, além de um meia ofensivo, Maradona. O Brasil usa dois atacantes, Bebeto e Romário.
"Essa história dos três atacantes da Argentina é balela", disse Parreira. "Eles chegam ao ataque com seis jogadores: os três atacantes, mais Maradona, Simeone (meia) e Redondo (meia defensivo)."
"O Brasil ataca com o mesmo número: os atacantes, Raí, Zinho (meias), Dunga (meia defensivo) e um lateral. A diferença é que eles têm um atacante a mais, mas nós atacamos com os laterais. No fim, dá no mesmo, até na defesa."
A análise da defesa argentina provocou divergências entre Parreira e Zagalo. O técnico acredita que a atual vice-campeã mundial "nunca é pega de calças curtas".
"Ela sempre tem cinco jogadores atrás, guardando posição: os dois laterais, os dois zagueiros e Fernando Redondo".
Zagalo pensa diferente."Quero mais é que eles joguem assim contra nós. Além dos três atacantes, eles têm o Maradona, que não ajuda nada na marcação."
"O time sempre demora muito para voltar à defesa e se rearmar. Taticamente estamos muito melhores, mais atualizados com o futebol moderno."
Se a seleção brasileira vencer o Grupo B e a Argentina o Grupo D, a única chance de as duas equipes se enfrentarem será na final da Copa, dia 17 de julho.
No Mundial de 90, os argentinos eliminaram os brasileiros na segunda fase por 1 a 0, gol de Caniggia. "Não tenho medo algum deles", disse Parreira. "Eles é que devem estar nos temendo", acrescentou Zagalo.
As campanhas dos dois times até agora são semelhantes: cada um venceu as duas partidas que disputou e tem saldo de cinco gols.
Se fosse para utilizar o critério de desempate da Copa, a Argentina estaria na frente: marcou mais gols –seis contra cinco. (MM)

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