São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Vem aí o GP feminino

CIDA SANTOS

Em tempos de Copa, a bola do vôlei só está rolando mesmo em treinos e amistosos. Mas prepare-se: vem aí o Grand Prix, a versão feminina da Liga Mundial.
Serão 66 partidas em trinta dias. Em prêmios, US$ 1,5 milhão. Só que todos os jogos serão disputados do outro lado do mundo: em onze cidades da Ásia e da Oceânia.
O torneio pode servir também como mais uma aula de Geografia: você sabe onde é Jakarta? Se respondeu Indonésia acertou. É nessa cidade que o Brasil faz a sua estréia em agosto no Grand Prix.
Em quadra doze seleções, a elite do vôlei mundial. O Grand Prix será na verdade uma premiére do Campeonato Mundial, marcado para outubro no Brasil. Serão nove quadrangulares, com todas as equipes se enfrentando. As três seleções com melhores campanhas disputarão o título do Grand Prix com a China, classificada por antecipação por ser a sede da fase final do torneio.
O Brasil, na era do técnico Bernardinho, tem mostrado toda a sua força e aprendido a ganhar.
Já conquistou quatro títulos nesta temporada e conseguiu vitórias importantes, como sobre a China na final da BCV Cup, na Suíça.
Na fase de classificação do Grand Prix, as brasileiras não terão as cubanas –atuais campeãs olímpicas– pela frente. As principais adversárias nessa etapa serão Rússia e China.
Mas a meta do Brasil é o Campeonato Mundial. E para isso, Bernardinho tem cercado a preparação do seu time com cuidados especiais. Quer um exemplo? O técnico costuma a consultar um psicanalista do Rio de Janeiro para expor as situações e problemas que ele vai encontrando no decorrer do seu trabalho com a seleção.
Bernardinho explica que nesse processo ele também vai entendendo e aprendendo a controlar mais algumas de suas características para lidar melhor com o grupo.
A atacante Ana Moser diz que Bernardinho tem procurado dar ao time uma mentalidade vencedora.
No banco, ele é daquele tipo de técnico que não fica quieto. Toda a bola que cai, ele fala alguma coisa, fica buzinando. Só falta entrar na quadra. Mas não pára por aí.
Ana Moser conta que na hora da corrida –uma das partes mais chatas no treino– Bernardinho não fica parado.
Entra no meio da turma e –como qualquer das jogadoras– também corre. O time parece estar em lua-de-mel com o técnico. E isso já é uma grande coisa.

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