São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Filhos levam pais ao estádio

NOELLY RUSSO
DA ENVIADA A DALLAS

Os norte-americanos bem que tentam, mas anda estão longe de entender de futebol. Sorte dos que têm filhos. As crianças têm levado os pais aos jogos e ajudado os adultos a terem uma noção do que acontece em campo.
"Eu não entendo muito de futebol. Não era um esporte comum na minha época. Mas, sei lá, acho que os EUA devem ser campeões", chuta a `neotorcedora' Anna Hastings.
"Ah, mãe, dá um tempo! A seleção, se for bem, chega à segunda fase. Se for muito bem e tiver sorte, pode disputar uma oitava-de-final. Já terá sido incrível."
O protesto é de Linda Hastings, 10, e foi feito antes da partida entre EUA e Romênia, no domingo. A garota explica que a mãe, como a maioria dos pais norte-americanos, mal sabe como é a bola de futebol.
Até agora, Linda acertou. Os EUA estão classificados para a segunda fase. "Sou atacante na minha escola. Muito boa. Ou Alemanha ou Itália deve ser a campeã", afirma.
"Ah, é do Brasil esse jornal? Acho que seu time será o campeão. Aliás vai ser tetra antes dos outros. Legal!", diz Brian Glass, 10.
Ele foi ao Cotton Bowl, em Dallas, para o jogo entre Espanha e Coréia. "Eu também sabia que o Brasil era bom em futebol. Vocês têm Pelé", diz o pai de Brian, Charles Glass.
"Isso foi há 20 anos. Agora joga o Romário (pronunciado como roumariou)", completa o garoto.
"Acho que estas crianças sabem mesmo mais que os pais sobre futebol. Vim trazê-las ao jogo para tomar conta, mas também estou interessada", diz Brenda Russel, mãe dos irmãos Taylor e Michelle Russell.
"Ela se esforça para entender, mas ainda fala umas bobagens. Tudo bem. Depois da Copa vai entender direitinho. Porque terá que me trazer a todos os jogos", diz Taylor. (Noelly Russo)

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