São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994 |
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Japoneses de lá são realmente diferentes
DAVID DREW ZINGG
Os torcedores nipo-brasileiros da Copa do Mundo se mostram apropriadamente doidos, aqui em San Francisco. Também havia japoneses do outro tipo se hospedando aqui no meu hotel, o velho e grandioso St. Francis. O imperador e a imperatriz do Japão chegaram ao hotel, provocando uma cena que parecia ter saído de uma turnê mundial de Madonna. Quando eu voltava ao hotel depois de assistir a seleção brasileira arrasar os leões camaroneses, a entrada estava bloqueada por dois caminhões que, sem qualquer cerimônia, começaram a descarregar dezenas de malas, caixas, baús, valises e sacos de roupas. Parecia que a produção de um ano inteiro do chique fabricante francês de malas Louis Vuitton havia de repente resolvido bloquear as ruas de San Francisco. O imperador e sua senhora não chegaram a provocar grande impressão na cidade, já endoidecida com a Copa. Entrevistei um par de nativos da Gringolândia, perguntando o que achavam da visita da quase-divindade japonesa a San Francisco. Praticamente ninguém tinha conhecimento do fato. Um porteiro do hotel, olhando para a pilha imensa de bagagem que bloqueava a rua, perguntou: "O que é, uma banda de rock francesa?" Mais tarde, naquela mesma noite, o imperador e sua senhora promoveram um baile formal com a presença de mil graúdos locais. A noite começou com um passeio conduzido entre detectores de metal ultrasensíveis, ativados por qualquer coisa mais ameaçadora do que brincos e abotoaduras. Sentado ao lado do imperador, no jantar, estava o ex-primeiro ministro japonês Kiichi Miyazawa, que os americanos conhecem principalmente pelo fato do ex-presidente George Bush haver enfeitado seu colo com um sushi parcialmente digerido durante um jantar de Estado em Tóquio. Miyazawa conseguiu passar esse jantar sem surpresas desagradáveis. Tradução de Clara Allain Texto Anterior: Brolin quer vencer Taffarel Próximo Texto: Gil e Caetano fazem elogios à seleção Índice |
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