São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Aumenta a violência nos jogos da Copa

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A violência nas partidas da Copa do Mundo está crescendo. O número de faltas, de cartões amarelos e de vermelhos aumentaram em cinco dos seis grupos da primeira para a segunda rodada.
Na primeira rodada, foram anotados 349 faltas, 40 cartões amarelos e dois vermelhos. Na segunda, foram cometidas 386 faltas e mostrados 55 cartões amarelos e quatro vermelhos.
A partida que registrou o maior número de faltas, Bulgária x Grécia, foi justamente a última da segunda rodada, realizada domingo às 13h30, horário de Brasília. Foram anotadas 42 faltas, 25 da Bulgária e 17 da Grécia.
A única exceção à regra é o grupo A. Houve queda de faltas e cartões amarelos da primeira para a segunda rodada, acompanhada de uma elevação do número de gols marcados.
O aumento nas faltas contradiz o entusiasmo inicial do comitê de arbitragens da Fifa sobre a atuação dos juízes no Mundial. O secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter, chegou a dizer que a nota média dos juízes nos três primeiros dias de Copa havia sido dez.
Mas as medidas antiviolência são um fracasso. Desde o final do ano passado, a Fifa vem anunciando que as faltas por trás seriam punidas com cartão vermelho.
Só houve um caso até agora, o do zagueiro Nadal, da Espanha, no primeiro dia da Copa.
As outras cinco expulsões foram causadas por agressão (uma), reincidência do cartão amarelo (três) ou erro do juiz (o lateral-esquerdo boliviano Cristaldo foi expulso pelo segundo cartão amarelo no jogo contra a Coréia do Sul sem ter recebido o primeiro).
Nas outras vezes, os jogadores estão recebendo, no máximo, cartão amarelo, por entradas faltosas por trás –como, aliás, já é feito até no Campeonato Paulista.
Não é a primeira vez que isso acontece. Na Copa da Itália, já havia a mesma recomendação explícita sobre punição a quem fizesse faltas por trás.
Como agora, a recomendação não foi cumprida. O assunto morreu e a Fifa ressuscitou-o em 93 dando-lhe aspecto de algo novo.
Houve alguma evolução, é fato. Nas primeiras partidas da Copa dos EUA foi registrada uma queda significativa do número de faltas –de 38 a média da Copa de 90, para 28. Mas aos poucos a média foi subindo e já está em quase 32.

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