São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994![]() |
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A Califórnia é o nosso chão
EDUARDO FISCHER
"Vitória" não está escrito no dicionário brasileiro, dizem os descrentes. E os mais descrentes chegam até a torcer contra, saindo decepcionados dos estádios. Torcem para que suas previsões sejam confirmadas. Por isso ouso elogiar o talento e a garra do futebol-arte do povo brasileiro. Povo, porque ele jogou junto. Junto com Taffarel, Jorginho, Márcio Santos, Aldair, Leonardo, Dunga, Mauro Silva, Zinho, Raí, Bebeto e Romário estavam todos lá, João, José, Renato, Gabriel, Gabriela, Renata, enfim, todos. Juntos empurrando, vibrando com a nossa seleção –a querida "Seleção Canarinho". Legítima representante do povo brasileiro nas batalhas verdes dos campos californianos. Mas valeu. Os meninos do Parreira (aliás, querido Parreira) vieram e venceram a maioria dos especialistas, cronistas, comentaristas. Venceram até mesmo os palpites de pessoas muito famosas que apostaram na vitória da Colômbia, Bolívia e tantas outras, menos na do Brasil. Bem fez o Mário André, um desavisado da desesperança que contra tudo e contra todos apostou no Brasil em todos os bolões que existem em Los Gatos. Fez mais com a sua miopia da descrença, apostou contra a Colômbia, contra a Holanda e, em homenagem, a favor dos Estados Unidos. Resultado: 5 para o Mário André e 0 para aqueles que mais uma vez profetizaram a derrota. Mário André, um leigo da crítica, apenas um torcedor autêntico do verde-amarelo. Perguntei a ele por que tanta fé. E, com a linguagem do bom malandro, ele respondeu: "Porrrrque sou um brasileiro naturalizado na fé e principalmente porrrque todo mundo sabe que a Califórnia é o nosso chão". Texto Anterior: Grama é vendida por telefone Índice |
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