São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Clinton muda governo em busca de apoio

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, operou ontem a mais drástica reforma de seu governo até agora. Entre outras mudanças, o chefe da Casa Civil, Mack McLarty, foi substituído pelo diretor de Orçamento, Leon Panetta.
McLarty, 47, o melhor amigo de Clinton desde que os dois se conheceram no jardim-de-infância em Hope, Arkansas, há 42 anos, foi nomeado "conselheiro do presidente". Na prática, ele está fora do governo.
Clinton disse que as alterações têm por objetivo dar "mais força e vitalidade" a seu governo. Ele está em baixa nas pesquisas de opinião pública. A mais recente do Instituto Harris lhe dá apoio de apenas 42% da população.
Panetta, que completa 56 anos hoje, foi deputado durante 16 anos e é considerado um operador mais duro de que McLarty, capaz de oferecer mais chances de sucesso à tramitação no Congresso dos projetos do governo.
Para o lugar de Panetta foi nomeada sua principal assessora, Alice Rivlin, a primeira mulher a dirigir o Orçamento do país.
Outra mudança, que pode ser prenúncio de alterações mais vigorosas na área de segurança nacional, foi a indicação de David Gergen para a função de assessor especial em política externa.
Gergen, 52, que havia trabalhado com três presidentes republicanos (Richard Nixon, Ronald Reagan e George Bush) antes de ser chamado por Clinton, no ano passado, para chefiar a equipe de comunicação da Casa Branca, é tido como uma das pessoas mais influentes do governo hoje em dia.
O setor de segurança nacional é considerado o mais vulnerável da administração Clinton. Rumores da possível substituição do secretário de Estado, Warren Christopher, correm por Washington há semanas.
Um dos responsáveis pela segurança nacional do país, o secretário da Defesa, foi trocado este ano. O outro, Anthony Lake, assessor de segurança nacional da Casa Branca, também é tido como na linha de tiro.
Nos últimos meses foram registrados vários confrontos entre McLarty e a primeira-dama, Hillary Clinton, insatisfeita com a crescente oposição no Congresso a seu plano de reforma do sistema de saúde do país.

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