São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Kennedy foi acusado por acidente em 1962

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Bill Clinton não é o primeiro presidente dos Estados Unidos processado enquanto no exercício do poder.
Em 1962, o presidente John Kennedy foi acusado de participação indireta num acidente de trânsito e uma das vítimas moveu ação contra ele.
Os advogados de Kennedy tentaram usar o mesmo argumento que os de Clinton agora usam: o processo teria de esperar até o fim do mandato porque o presidente não pode ser distraído de suas funções.
Mas o juiz Emil Grumpet, da Corte Superior de Los Angeles, recusou essa linha de defesa e Kennedy fez um acordo com seu acusador.
O acidente havia ocorrido em 1960, durante a convenção nacional do Partido Democrata que escolheu Kennedy como candidato à Presidência.
Hugh Lee Bailey, deputado estadual pelo Mississippi, sul dos Estados Unidos, estava esperando um táxi com três colegas em frente ao hotel de Los Angeles (Califórnia, Costa Oeste) onde se realizava a convenção.
O então senador Kennedy os viu e ofereceu a eles seu carro e motorista para levá-los a uma festa onde eram esperados. Os quatro aceitaram. O automóvel, sem Kennedy a bordo, bateu em outro e Bailey se feriu.
O deputado resolveu processar Kennedy porque, segundo ele, o ferimento o impediu de fazer campanha montado num burrico, sua marca eleitoral registrada, e isso prejudicou sua carreira política.
O advogado de Bailey argumentou que o deputado, que era convencional, pagou a corrida a Kennedy com o seu voto.
Bailey pedia indenização de US$ 250 mil. Mas acabou aceitando a proposta de US$ 17.500 que o advogado de Kennedy lhe fez e retirou a ação.
Nenhum funcionário do governo foi usado por Kennedy durante o processo. (CELS)

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