São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Suecos em SP criticam seleção brasileira

WILSON BATISTA JUNIOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O mal futebol apresentado ontem pelo Brasil diante da Suécia surpreendeu a torcida sueca em São Paulo.
Cerca de 120 imigrantes ou descendentes se reuniram no Clube Escandinavo (zona sul da capital) para assistir a partida. Não faltaram críticas ao time de Parreira.
"Aqui não existe um goleiro melhor que o Taffarel?", perguntou um dos suecos presentes no clube, num quase incompreensível português.
"Dunga e Mauro Silva são muito lentos na distribuição das jogadas", afirmou Hugo Oljemark, que disse ser primo de Stefan Rehn, um dos reservas da Suécia na partida de ontem.
"Se Rehn entrar neste meio de campo, tenho certeza que venceremos fácil", disse Oljemark, no intervalo da partida.
A torcida sueca em São Paulo juntou de adolescentes como Michael Stein a veteranos como Ove Bergengren, diretor-geral da SAS (Scandinavian Airlines System).
Bergengren assistiu a final da Copa de 58, disputada em Estocolmo, em que o Brasil venceu os donos da casa por 5 a 2 e ganhou seu primeiro título mundial.
"Só me lembro quando o placara estava 1 a 0 para a Suécia", disse Bergengren em tom de brincadeira, lembrando o jogo acontecido há 36 anos.
"O Brasil de hoje possui o mesmo nível do que jogou aquela Copa", afirmou o sueco. "Mas a Suécia é bem superior".
Para Bergengren, o jogo de ontem "foi apenas uma festa". "Vamos nos encontrar mais uma vez neste Copa e iremos desclassificar o Brasil", disse.
Bertil Fransson, presidente do Clube Escandinavo e há 25 anos morando em São Paulo, foi menos patriota.
"Os brasileiros são sempre os maiores favoritos para conquistar uma Copa", afirmou Fransson, mesmo com o placar parcial favorável à Suécia por 1 a 0.
Como forma de comemoração, os torcedores presentes prometeram tomar um copo de aquavit –espécie de aguardente, cujo nome significa água da vida– a cada gol. Não importava para que seleção fosse.
A única exigência para experimentar a bebida, além da ocorrência do gol, era cantar antes uma música folclórica. Detalhe: em perfeito sueco. (WBJr.)

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