São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Alemanha devolve 27 telas à França

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Alemanha devolveu à França 27 quadros de pintores célebres e desenhos em papel em pequeno formato e encarregou o país do descobrimento de seus verdadeiros proprietários.
Entre as obras devolvidas, estão trabalhos de Monte, Renoir, Cézanne, Delacroix e Gauguin. Retirados da França durante a Segunda Guerra Mundial, os quadros reaparaceram na ex-Alemanha Oriental no início dos anos 70.
A cerimônia oficial de devolução aconteceu anteontem em Berlim. Werner Knopp, presidente da Fundação para a Cultura Prussiana, entregou simbolicamente a François Renouar, diretor de arquivos da Quai d'Orsay, a tela "Claude Desenhando", do impressionista Auguste Renoir.
No último dia 30 de maio, o chanceler alemão Helmut Kohl já havia entregue a tela "Caminho de Louveciennes", do também impressionista francês Claude Monet, ao presidente francês François Mitterand. Todas as obras devem retornar a Paris nos próximos dias.
O conjunto de obras voltou ao conhecimento público a partir de 1971, quando o padre Heinrich Solbach, da cidade de Magdeburg (Ex–Alemanha Oriental), o doou aos museus nacionais alemães. Solbach nunca revelou a procedência das obras, alegando ser um segredo de confissão.
"Tudo o que sabemos é que foram entregues por um ex-soldado da Wehrmacht, o exército alemão na guerra, que disse tê-las tirado da França sob ordens de um oficial alemão", revelou Wolfgang Kahlcke, porta-voz da Fundação para a Cultura Prussiana.
"O oficial desejava recuperá-las, mas deve ter morrido no intervalo", completou. O padre Solbach morreu em 1974.
Existem três hipóteses para a possível origem das telas: elas poderiam ter sido confiscadas de famílias judias, vendidas por famílias que queriam sair da zona ocupada ou mesmo compradas legalmente. No verso de alguns trabalhos há indicações de que chegaram a ser expostos em galerias francesas.

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