São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Coréias marcam cúpula inédita em julho

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os presidentes das Coréias do Sul e do Norte farão um histórico e inédito encontro de cúpula entre os dias 25 e 28 de julho em Pyongyang, a capital norte-coreana.
Representantes dos dois países acertaram o encontro ontem durante reunião em Panmunjom, a }vila da trégua, situada na Zona Desmilitarizada que marca a última fronteira da Guerra Fria.
A Coréia está dividida desde 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando tropas dos EUA a ocuparam pelo sul e as da URSS pelo norte, desalojando as forças japonesas que dominavam a península desde 1910.
Em 1948 a divisão se consolidou com a formação da comunista República Popular Democrática da Coréia, no norte, e da capitalista República da Coréia, no sul.
A invasão do sul pelo norte, em 1950, levou a três anos de guerra. China e URSS combateram ao lado da Coréia do Norte; o sul foi apoiado por uma aliança de 16 países comandada pelos EUA.
Nas décadas seguintes a Coréia do Sul passou por vários regimes militares, até realizar eleições diretas para presidente em 1987.
Com capital japonês e norte-americano, o país voltou-se para a manufatura de exportações e cresceu rapidamente, tornando-se um dos }tigres asiáticos.
A Coréia do Norte –liderada desde 1948 por Kim Il-sung, hoje o chefe de governo há mais tempo no poder em todo o mundo– ficou cada vez mais isolada, dependendo de apoio soviético e chinês.
O isolamento se agravou com o desmoronamento da URSS, em 1991, e a aproximação entre a Coréia do Sul e a China, facilitada pela abertura econômica chinesa.
A partir de 1992, a tensão cresceu com as advertências da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) de que a Coréia do Norte tinha um programa nuclear militar.
Houve várias propostas de encontros de cúpula entre os dois lados, mas elas sempre esbarraram na desconfiança mútua.
Logo depois da visita do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, o presidente Bill Clinton anunciou a suspensão de sua iniciativa para que a ONU impusesse sanções à Coréia do Norte.
Afirmando ter recebido garantias de um congelamento do programa nuclear norte-coreano, Clinton disse que Washington e Pyongyang vão retomar conversações em 8 de julho em Genebra.

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