São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Frio provoca mais duas mortes em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais duas pessoas morreram provavelmente por causa do frio na madrugada de ontem em São Paulo. Agora já são nove pessoas mortas pelo frio, desde sábado passado.
Um homem não identificado, aparentando 45 anos, foi encontrado pela Polícia Militar, às 6h de ontem, em frente ao restaurante Mansão dos Nobres, na esquina da avenida Ricardo Jafet com a rua Pedro Correa, no Cambuci (região central).
A segunda vítima foi Odilon Silva, 60, que tomava conta de um terreno baldio na rua Larico de Toledo Pizza, 484, Itaim Paulista (zona leste).
Ele dormia ao relento, despido e coberto por um lençol. Foi encontrado morto às 6h55.
Na madrugada de segunda-feira, morreu um indigente não-identificado, com aproximadamente 35 anos, em frente à EEPG Miguel Sangiolo, no Jardim Iva (zona leste).
Desde sábado, as 1.200 vagas de abrigos da Defesa Civil estão ocupadas.
Quem quiser pedir o recolhimento de moradores de rua deve ligar para o telefone 199.
Poluição
Apesar de ontem ter ocorrido novamente a inversão térmica (que provoca aumento de poluição), a quantidade de poluentes no ar diminuiu na Grande São Paulo.
Anteontem, nove estações de medição de qualidade do ar registraram índices inadequados.
Segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), em todas elas os índices medidos ontem eram mais baixos.
Em São Caetano, foi dispensado o estado de atenção por más condições, decretado anteontem.
Segundo a Cetesb, a poluição na cidade diminuiu devido aos ventos, que ajudam a dispersar os poluentes que se concentram devido à inversão térmica.
Este fenômeno, frequente no inverno, se deve ao fato de que, próximo ao solo, o ar tende a ser mais frio do que na camada imediatamente superior.
Esta camada mais quente, onde se concentram os poluentes, fica retida entre a massa de ar inferior e outra mais alta ainda, também fria.
Os poluentes emitidos pelas fábricas e automóveis não têm como se dispersar.
Em São Paulo, onde a emissão de poluição é mais intensa, a gravidade é maior.
Segundo o professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Saldiva, os atendimentos a doenças respiratórias no Hospital das Clínicas aumentam 15% em dias de maior poluição.

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