São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994 |
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Antidoping reprova Maradona
NOELLY RUSSO; RODRIGO LEITE
O jogador argentino Diego Maradona, 33, pode ser suspenso da Copa do Mundo por ingestão de substância proibida pela Fifa. A entidade que dirige o futebol mundial anunciou ontem à tarde que foi detectado o primeiro caso de doping do Mundial. Antes que o nome do jogador fosse divulgado oficialmente, a Federação Argentina de Futebol (AFA) se antecipou e afirmou que Maradona utilizou o remédio Nastizol, um descongestionante nasal. O medicamento contém a substância efedrina. A Fifa permite o consumo de efedrina (que estimula o sistema nervoso) desde que os médicos da seleção informem, por escrito e antes do jogo, que a receitaram a um jogador. Segundo o jornal argentino "Clarín", Maradona usou o remédio na véspera da vitória de 2 a 1 sobre a Nigéria, no sábado, por sugestão de seu médico particular. O presidente da AFA, Julio Grondona, se reuniu ontem à noite pessoalmente com os organizadores da Copa para tentar evitar a punição ao atleta. Mas Grondona disse que Maradona tomou a droga por conta própria –o que praticamente o condena. O médico da delegação, Norberto Ugalde, também negou ter tido conhecimento da receita. Ontem à noite, foi realizada a contraprova (exame de uma segunda amostra da mesma urina coletada após o jogo) da urina de Maradona. O teste aconteceu na Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), na presença de um representante da AFA. Caso seja comprovado o doping na contraprova, o meio-campista estará suspenso automaticamente da competição. A Fifa nomearia, então, uma comissão disciplinar para analisar eventuais sanções à seleção –fato inédito em Copas do Mundo. O Mundial dos EUA era encarado por Maradona como a grande oportunidade de recuperar sua imagem. O jogador fora suspenso por 15 meses por consumo de cocaína, quando atuava pelo Napoli (Itália), em 91. Herói do título mundial em 86, o meio-campista teve participação brilhante nas duas primeiras partidas desta Copa –vitórias sobre Grécia (4 a 0) e Nigéria. Maradona fez um gol, deu duas assistências para gols e integrava até ontem a seleção do Júri Folha, com média de 7,6. O jogador ainda estava escalado até as 23h30 para o jogo desta tarde contra a Bulgária, na rodada decisiva do Grupo D do Mundial. Próximo Texto: Projeção coloca quatro campeões do mundo nas semifinais da Copa Índice |
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