São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994 |
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Torcida canta ópera "Aída"
MATINAS SUZUKI JR.
Nada melhor para a laranja mecânica (mesmo que um pouco enferrujada) do que jogar em um estádio que se chama Citrus Bowl na terra da laranja, não é mesmo? Na ausência dos ingleses, os alegres rapazes dos Países Baixos ficaram com a suspeita honraria de serem a baixaria desta Copa. Seriam os hooligans de tamancos. Mas não existe grito de guerra mais cult do que o da carnavalesca torcida da Holanda. Seu coro é a marcha triunfal da ópera "Aída", de Giuseppe Verdi. É uma beleza. Dennis é uma cadeia de fast food que existe nos EUA. Vem de Dennis, the Menace, aquele garoto sapeca do gibi que no Brasil é conhecido como Pimentinha. Dennis, the Menace, é como chamam o Dennis Bergkamp, da Holanda. Mas, embora tenha marcado o seu e dado o passe para o segundo gol, ele ameaça pouco. O 10 da Holanda é um atacante que joga muito parado, pelo meio, facilitando a marcação. Não mostrou ontem a mobilidade de um Klinsmann ou de um Batista. A Holanda joga com três atacantes, na maneira tradicional, com um ponta pela direita e outro pela esquerda. Mas é muito lenta, sem criatividade e não agride. O problema da Holanda é o mesmo do Brasil. Meio de campo. Sem imaginação. Sem um jogador de inspiração, de construção de jogadas. O mesmo lenga-lenga. Jan Wouters (6, do PSV Eindhoven, ex-time de Romário) é o Dunga da Holanda. Só destrói. Os outros três jogadores do meio-de-campo não ajudam muito. Na defesa, Koeman impôs o esquema do Barcelona. Três jogadores, Koeman de líbero. Funciona quando ele está com a bola nos pés, nos passes ou nas faltas. Mas exibe a mesma fragilidade da defesa do Barça quando o time é atacado, principalmente nos contragolpes. O 3-4-3 da Holanda ainda não decolou. Será que vai? Texto Anterior: LANCE A LANCE Próximo Texto: O JOGO Índice |
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